Os Despachantes Aduaneiros mudaram sua rotina de trabalho
nos últimos cinco meses devido à pandemia provocada pela Covid-19, buscando
novas formas de atuação para manter um atendimento qualificado a seus clientes
na exportação e na importação. A grande maioria dos profissionais do segmento
passou a exercer sua atividade em home-office, praticamente sem realizar
encontros presenciais. ”Como somos considerados essenciais, fomos menos
atingidos que outros setores”, relatou Alessandra Flores do Amaral, da
Comissária Serrana, de Uruguaiana. “Mas nosso pessoal está fazendo rodízio e
atendendo virtualmente”, destacou, ressaltando ainda a importância do apoio do
SDAERGS (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado do Rio Grande do Sul) para
a categoria neste momento de crise.
Os meses de abril e maio, no início da pandemia no
Brasil, com a adoção de medidas de isolamento social e restrição da
circulação de pessoas, foram os mais difíceis.”Houve queda significativa nas
operações e dificuldades em encontrar maneiras mais adequadas de atender o
mercado”, explicou Bruno Henrique Klein Hartz, da Maximasul, de Novo Hamburgo.
Gradativamente, foi ocorrendo a adaptação dos profissionais e das empresas
às circunstâncias. “O papel migrou para o digital, agora estamos
trabalhando de modo eficiente, mesmo com acesso remoto”, disse ele.
O maior entrave em Santana do
Livramento, na fronteira com o Uruguai, tem sido as exigências do país vizinho
para a passagem de caminhões brasileiros, afirmou Márcio Lopes, da AC Despachos Aduaneiros.
“Os motoristas são submetidos a inspeção rigorosa, incluindo o teste de
Covid-19, antes de cruzar a fronteira”, contou. Contudo, ao contrário de
outras regiões do Estado, segundo ele, na cidade está sendo possível o trabalho
presencial, “com o uso de mascara e alguns ajustes”, frisou.
Carlos Eduardo Barreiros, da Athena Cargo, sediada em
Porto Alegre e atuando basicamente em Novo Hamburgo e Caxias do Sul, além da
capital do Estado, observou que os contatos com os clientes, por meio de
reuniões virtuais, têm fluido satisfatoriamente, depois de um início com
dificuldade. “De um modo geral, os processos, especialmente junto aos órgãos
públicos, têm sido mais lentos”, ressalvou. “Felizmente, temos contado com
SDAERGS , que tem ajudado, intervindo para encontrar solução para estes
obstáculos”, lembrou, citando a troca de recinto da Receita Federal, em Caxias
do Sul, que ficou sem funcionar por quatro dias. “O apoio do Sindicato foi importante
para o retorno da normalidade”, ressaltou.
A atuação do SDAERGS,
promovendo reuniões virtuais e, eventualmente, presenciais, para avaliar a
situação e apresentar soluções, também é salientada por Alessandra Amaral. “O
Sindicato trabalha ainda em várias frentes, junto à autoridades evitando o
fechamento de fronteiras, em relação ao cumprimento dos protocolos de saúde e em questões como a prorrogação do ICMS de Santa
Catarina”. Segundo ela, o movimento do SDAERGS, somado a outras entidades, com
apoio dos Deputados Estaduais Frederico Antunes e Eric Lins, aliado com
empresários catarinenses lesados pelo alto custo logístico de utilizar apenas
Dionísio Cerqueira como Porto de entrada para ter Diferimento no pagamento do
tributo, a princípio se conseguiu ampliar a vigência da legislação atual para
entrar em vigor em 2021, permitindo que importadores catarinenses possam
utilizar ainda aduanas do Rio Grande do Sul nas operações do Comércio Exterior
no modal rodoviário”.
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