O Porto de Buenos Aires (foto), Argentina, movimentou 120
mil teus enquanto que o de Montevidéu movimentou 100 mil no ano passado em
cargas de transbordo de exportação e importação do Paraguai. O volume foi
confirmado neste domingo, 27, pelo presidente do Cafym (Centro de Armadores
Fluviales y Marítimos del Paraguay), Juan Carlos Muñoz.
“No
ano passado superamos os 22 milhões de toneladas transportadas pela Hidrovia
Paraguay-Paraná, contra 21,7 milhões registradas em 2017”, disse o dirigente.
Apesar deste leve crescimento, ele lamentou, considerando que “essa foi uma
cifra muito menor que a esperada”.
Segundo Muñoz, entre setembro e outubro de 2017 houve uma grande crise
nas operações em Montevidéu devido ao congestionamento de navios, que afetou os
transbordos de importações e exportações paraguaias. “Em outubro de 2017 uma
boa parte da carga migrou até Buenos Aires e essa situação se manteve durante o
ano passado”, explicou.
“Mais de 50% do trânsito de contêineres que teria Montevidéu como
destino quase exclusivo migrou para o terminal portenho em virtude das
excessivas demoras”, justificou o presidente do Cafym. Ele se baseia em
informação dos armadores que atendem os navios das linhas fluviais.
“Buenos Aires é o porto mais natural do ponto de vista da acessibilidade
a todo tipo de embarcação, em Montevidéu há restrições para determinadas
barcaças que fazem embarques de mercadorias a granel como fertilizantes, um
tipo de operação mais difícil”, argumentou. Mas frisou que o Paraguai não
necessita utilizar dois portos para a carga de contêineres, podendo operar
rapidamente seu fluxo comercial em apenas um terminal marítimo.
Como Buenos Aires deverá definir uma dársena exclusiva para navios
fluviais, não apenas para cargas paraguaias, como também para o norte da
Argentina, é possível que acabe concentrando essas movimentações, observou o
dirigente. “Mas é preciso equacionar algumas questões como os custos um pouco
maiores do terminal portenho em relação ao da capital uruguaia”, lembrou.
Muñoz reconheceu “os esforços feitos em Montevidéu para melhorar a
prestação de serviços, menos eficiente do que em Buenos Aires”. Além disso,
disse que os armadores do Paraguai necessitam na capital argentina de um corredor
aduaneiro que permita tranladar a carga desde a dársena fluvial até os outros
terminais. Essa situação pode ser resolvida com a nova concessão dos terminais
1, 2, 3 e 4, que vencem em maio de 2020, e que deverão passar para um único
operador. Já em Montevidéu não há esta perspectiva por causa de determinações
jurídicas, acrescentou.
“O
fundamental aqui é a decisão que tomarem os armadores marítimos e fluviais em
função dos tempos de escala, que é um aspecto muito sensível e que impacta na atividade
e na decisão sobre o terminal escolhido”, afirmou o dirigente. Segundo ele, as
autoridades uruguaias terão que se agilizar e buscar novos atrativos para que a
carga possa seguir utilizando o porto de Montevidéu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário