Na
presença de autoridades e representantes de missões diplomáticas no país, o
embaixador Ernesto Araújo assumiu nesta quarta-feira (2) formalmente
o Ministério das Relações Exteriores (MRE), no lugar de Aloysio Nunes
Ferreira. Em discurso de posse, que durou 32 minutos, o novo
chanceler criticou o que chama de "globalismo" na política
externa e a forma como os acordos comerciais vêm sendo conduzidos,
além de citar passagens bíblicas, poéticas, literárias e músicas de
Renato Russo e Raul Seixas e referências ao escritor Olavo de Carvalho.
Em grego arcaico citou
o versículo bíblico "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", o ministro
falou sobre nova abordagem para a política externa brasileira. "O
presidente Bolsonaro está libertando o Brasil, por meio da verdade. Vamos
libertar a política externa brasileira e libertar o Itamaraty", afirmou.
Segundo Ernesto Araújo, o
"globalismo" está destruindo as nações. "Aqueles que dizem
que não existem homens e mulheres são os mesmos que pregam que os países não
têm direito de guardar suas fronteiras, são os mesmos que propalam que o
feto humano é um amontoado de células descartáveis, são os mesmos que dizem que
a espécie humana é uma doença e que deveria desaparecer para salvar o
planeta", disse.
Ernesto Araújo mencionou Israel,
Estados Unidos, Itália, Hungria e Polônia como países que admira pela
postura patriótica e afirmação nacionalista. Numa breve menção sobre a
Venezuela, disse admirar "os que lutam contra a tirania" no país
vizinho, além dos latinoamericanos "que se libertaram dos regimes do
foro de São Paulo".
"O problema do mundo não é a
xenofobia, mas a oikophobia, que é odiar o próprio lar, o próprio povo,
tripudiar a própria nação", disse. Araújo também falou do crescente
"ódio a Deus".
O novo chanceler disse também que sua
gestão vai mostrar que o país não precisa se submeter ao globalismo para
promover os negócios no exterior. "Um dos instrumentos do
globalismo, para abafar aqueles que se insurgem contra ele, é espalhar que para
fazer comércio e negócios não se pode ter ideias nem
defender valores. Nós provaremos que isso é completamente falso. O
Itamaraty terá, a partir de agora, um perfil mais elevado, mais engajado,
que jamais teve na promoção do agronegócio, do comércio, dos
investimentos, da tecnologia", disse, acrescentando que o Itamaraty vai se
aproximar dos empresários e do setor produtivo e "não será mais
um ministério que só fica olhando".
Segundo o ministro, a ideia é criar
um setor de promoção comercial no MRE e desburocratizar as representações
internacionais, que devem atuar como um "escritório comercial" a
favor dos produtos brasileiros. "Nós negociamos, muitas vezes, a partir de
uma posição de fraqueza, como se estivéssemos implorando acesso a mercados,
quando na verdade deveríamos negociar a partir de uma posição de força,
como um dos maiores, potencialmente o maior produtor de alimentos do mundo, por
exemplo", destacou.
Sobre a participação do
Brasil em foros multilaterais, Ernesto Araújo disse que defenderá os
interesses nacionais, as liberdades e os direitos humanos. "No
sistema multilateral político, especialmente na ONU, vamos reorientar a
atuação do Brasil em favor daquilo que é importante para os brasileiros, não o
que é importante para as ONGs, defenderemos a soberania, a liberdade de
expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade de internet, a liberdade
política. Defenderemos os direitos básicos da humanidade, principalmente o
direito de nascer", afirmou.
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