O Porto do Pecém (CE), de olho em novas linhas de conexão marítima com a Ásia, por meio da
expansão do Canal do Panamá, recebe técnicos do
Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e Centro de
Hidrografia da Marinha (CHM) para realização da batimetria no terminal
portuário. O procedimento mede a profundidade dos oceanos, lagos e rios e
servirá para homologar novas instalações do porto, a exemplo dos três
novos berços de atracação (7, 8 e 9) de navios cargueiros ou
porta-contêineres, e também revisar as instalações já existentes.
A previsão é que a batimetria seja finalizada até a próxima
sexta-feira, 18, levando mais cerca de 40 dias para a homologação, que
deve ser realizada pela Marinha do Brasil e posterior revisão da Carta
Náutica do Pecém. Rebeca Oliveira, diretora comercial da Companhia de Integração
Portuária do Ceará (Cearáportos), empresa ligada à Secretaria da
Infraestrutura do Estado (Seinfra) e responsável por administrar o
porto, explica que já se espera que o estudo dê resultado entre 17 e 18
metros de profundidade. Isso permite com que o Porto receba navios das
categorias Panamax, Post Panamax e até ULCS (Ultra Large Container
Vessels).
“Esses navios têm cerca 15 m de profundidade e chegam a ter até 16
mil teuss. Com isso, queremos ser o
primeiro porto de conexão com a Ásia e o Canal do Panamá que permite
isso. Queremos ser o primeiro porto a receber essa carga”, afirma, sem
especificar o número de novas conexões. Hoje o Pecém ainda não recebe
esses tipos de navios e os portos de Itaqui, no Maranhão, e de Macapá,
no Amapá, que ficam antes do Ceará, não têm porte para essas
embarcações.
Para começar a receber cargas, um novo berço precisa da permissão de
diversos órgãos, além da realização de diversos estudos. A batimetria,
especificamente, determina a profundidade exata e qual o perfil dos
navios que poderão atracar.
“A execução do levantamento batimétrico é fundamental para este novo
momento vivido pelo Porto do Pecem, já que poderemos, com a conclusão
deste serviço, estar licenciados pela Capitania dos Portos para
operarmos os novos berços de atracação em sua plena capacidade e até,
possivelmente, recebermos navios de maior calado nos demais berços”,
observa o diretor-presidente da Cearáportos, Danilo Serpa.
Existem, no Porto do Pecém, seis berços de atracação em pleno
funcionamento: dois no primeiro píer, dois no segundo, e dois no
Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT), que chegam até 18 metros de
profundidade natural. Os três novos berços (7,8 e 9), também estão
instalados no TMUT e serão voltados para operação com carga geral e
produtos da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP).
O Canal do Panamá inaugurou sua expansão no dia 20 de junho deste
ano. As obras ficaram a cargo do consórcio formado pela espanhola Sacyr e
a italiana Salini Impreglio. O investimento foi de US$ 5,4 bilhões O Brasil ainda enfrenta dificuldades para receber em seus principais portos navios de grande porte que agora passam pelo canal. No canal, construído há mais de cem anos, podiam passar navios com
capacidade para no máximo seis mil contêineres. Agora, recebem os New
Panamax, com capacidade para até 14 mil contêineres e precisam de
profundidade de 15 metros
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