quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Financiamentos à navegação enfrentam problemas devido à retração do setor

         O banco alemão Nord LB, segunda maior empresa de financiamento de navios da Alemanha, reportou mais um resultado de deterioração de sua situação financeira na semana passada, e avisou: os prejuízos para este ano vão passar de € 1 bilhão. As perdas estão relacionadas a mais um aumento nos custos de risco para o portfólio de empréstimos ao setor de navegação, especialmente para a carteira gerenciada por sua subsidiária Bremer Landesbank.
        Nos nove primeiros meses do ano, o Nord LB registrou um prejuízo bruto de € 624 milhões. O resultado representou uma reversão total na performance registrada no último ano, em que os lucros antes de impostos ficaram em € 630 milhões.
         O anúncio do banco alemão vem como um lembrete de que os NPL (non-performing loans, ou empréstimos não executados) do setor de navegação tem sido um problema cuja solução ainda está bastante distante. A situação preocupa os bancos do país, pois o segmento marítimo já foi uma das maiores forças da indústria financeira alemã, até por volta do ano de 2010.
        O CEO do Nord LB, Gunter Dunkel, assegurou ao mercado – e aos acionistas – que, apesar da crise, o banco ainda está em condições de conter e administrar os problemas, prevendo que, em 2017 a situação deva ser revertida.
        Até o final do ano, as perdas totais previstas pelo Nord LB para o grupo todo devem ultrapassar € 2 bilhões, o que resulta em um prejuízo líquido de € 1 bilhão. As retrações reportadas pelas empresas neste ano mostram que é hora também de planejar uma redução na carteira de empréstimos para a navegação, declarou o banco, justificando que, com isso, ficará menos sujeito a adiantamentos de empréstimos, arrestamentos e vendas de portfólio.
         Na prática, a carteira de empréstimos deverá cair, de € 19 bilhões (registrados no fim de março) para algo em torno dos € 12 a 14 bilhões até o fim de 2018. Até o fim deste ano, já se espera que o total não ultrapasse € 16 bilhões. Para a subsidiária Bremer Landesbank, a situação é particularmente crítica, a ponto de a empresa precisar ser reintegrada ao Nord LB por meio de um acordo de controle acionário, e solicitar uma readequação de capital (CRR) ao Banco Central Europeu, o que deve acontecer até o final desta semana.

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