terça-feira, 8 de novembro de 2016

Forwarders querem acabar com as sobretaxas cobradas pelos armadores nas linhas de contêineres

         Em julho deste ano, o GSF (Global Shippers’ Forum) publicou uma determinação para pôr fim às sobretaxas cobradas dos Forwarders pelos armadores nas linhas de contêineres. A meta, considerada “ambiciosa” pelo próprio fórum, é extinguir esse tipo de cobrança até o prazo máximo de cinco anos.
         O Secretário Geral do GSF, Chris Welsh, declarou, após a conferência da entidade, realizada no Sri Lanka, que os embarcadores do mundo todo já tinham de lidar com demandas suficientes, tanto por parte dos armadores quanto de forwarders, para ainda ter que arcar com esse tipo de exigência “mal explicada e desproporcional aos serviços oferecidos”. Welsh afirmou ainda que o plano do GSF seria acabar com as sobretaxas expondo aos órgãos reguladores mundiais as injustiças dos valores cobrados, convidando os embarcadores a divulgar seus exemplos por meio da entidade.
         Nesta semana, a BIFA (British International Freight Association), a associação do Reino Unido que representa os transitários de carga, também se manifestou a respeito do fim das sobretaxas. “Os Forwarders não estão satisfeitos com esse tipo de sobretaxa, e já vimos contestando a sua legitimidade, em nome de nossos membros – assim como de seus clientes – há vários anos”, afirmou Robert Keen, Diretor Geral da entidade. “Somos favoráveis à resolução do Global Shippers’ Forum de trabalhar para o fim dessas sobretaxas no período de cinco anos”.
         Ele explicou que, por mais que, na prática, os transitários façam o que podem para minimizar os efeitos dessas taxas, o que acontece é que elas, de fato, são repassadas a seus clientes, o que faz com que os forwarders sejam responsabilizados pelos embarcadores por uma série de cobranças sobre as quais não têm controle.
         Keen é também Chairman da FIATA, o instituto internacional de transportes multimodais que representa os forwarders prestadores de serviços logísticos no mundo todo. Ele afirma que a entidade também tem batalhado contra as taxas indevidas há anos.
         Segundo Keen, na última semana, um armador afirmou que, a partir de 01 de novembro, deverá começar a aplicar taxas sobre “Desequilíbrio de Equipamentos”, na tentativa de compensar o desequilíbrio na oferta e procura de containers causada pelo aumento da demanda no norte da Europa. A nova taxa será válida para a rota leste da Europa para a Ásia. Outra companhia criou recentemente a sobretaxa de “Alta Estação”.
         “Nossos associados já estão acostumados com esse tipo de cobrança, seja atribuída à alta estação, ao combustível ou às taxas cambiais, porém o número de sobretaxas continua a crescer – e geralmente sem uma explicação real, ou uma justificativa”, protesta o diretor da BIFA, citando outros exemplos ainda, como taxas de administração, ou de lacração, trabalhistas, mau tempo, transbordo.
         Segundo Robert Keen, as sobretaxas prejudicam as negociações, e incorrem em prejuízo para o embarcador, onerando toda a cadeia logística. “Quando um embarcador assina um contrato, ele deve saber exatamente aquilo por que está pagando, e o preço não pode mudar”, advertiu.

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