quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Déficit de armazéns prejudica embarques de grãos no Rio Grande do Sul

         Com a projeção de colher 32,18 milhões de toneladas de grãos na safra atual, o Rio Grande do Sul poderá armazenar apenas 28,43 milhões de toneladas. O déficit de 3,74 milhões, a diferença entre a produção e a capacidade estática, é a maior das últimas cinco safras, segundo diagnóstico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
         No ciclo passado, a capacidade era de 30,23 milhões de toneladas, encolhendo agora em 5,6%. A redução pode ser atribuída ao descadastro de alguns armazéns pela Conab. Desde o ano passado, o órgão passou a fazer exigências para o registro de silos.
         Conforme o diagnóstico da armazenagem, os maiores déficits estão concentrados nas microrregiões de Frederico Westphalen, Santiago, Jaguarão, Santiago e Vacaria. "Os descasamento entre o crescimento da produção e da armazenagem é cada vez mais preocupante", advertiu Carlos Cogo, consultor em agronegócios.
         O descompasso é atribuído principalmente à escassez de recursos para financiamento de investimentos no setor. Quando lançado, em 2003, o PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns) previa R$ 5 bilhões por ano para reduzir o déficit de armazenagem no país até 2018.
         Nos dois primeiros anos, o programa deslanchou, mas na safra passada os recursos foram reduzidos pela metade, para R$ 2,4 bilhões. No ciclo atual, encolheram ainda mais, ficando em R$ 1,4 bilhão. "Com isso, indústrias do setor reduziram turnos de trabalho e demitiram funcionários", revelou Cogo.
         Em 2013, quando o PCA foi criado, os armazéns brasileiros comportavam cerca de 150 milhões de toneladas e a intenção era aumentar em 10 milhões de toneladas por ano. De lá para cá, a capacidade cresceu em apenas 6 milhões de toneladas, não passando de 156 milhões de toneladas, distante das 200 milhões de toneladas de grãos projetadas para a safra atual.

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