sábado, 12 de novembro de 2016

Mercado internacional do açúcar reage depois de período de crise e Brasil consegue exportação recorde de 23 milhões de toneladas

         O mercado internacional de açúcar voltou a reagir fechando os dez primeiros meses do ano com exportações recordes de 23,75 milhões de toneladas, 26% mais do que os 18,8 milhões de igual período de 2015.O novo cenário aliviou o caixa tanto das usinas como dos produtores de cana-de-açúcar.
         O superávit da produção mundial do açúcar, em relação ao consumo, e a baixa nos preços externos fizeram as empresas desviarem a produção interna mais para o etanol do que para o açúcar nos anos recentes. O novo ciclo de déficit mundial de açúcar, com o consumo superando a produção, permitiu às usinas inverterem suas posições.
        A indústria viu encurtar as receitas e teve um crescimento do endividamento nesses últimos anos de crise do setor. Já os produtores de cana experimentaram custos elevados em um período de preços baixos para a matéria-prima.
        Graças ao açúcar, o valor do Consecana (que contempla os preços nos diversos segmentos do setor) foi recorde. A tonelada de cana-de-açúcar também subiu para o recorde de R$ 100 por tonelada no mês passado, permanecendo em R$ 87 na média da safra (abril a outubro).
         O Brasil foi favorecido também por problemas na produção de açúcar em outros competidores mundiais. A Índia, por exemplo, tradicional fornecedor de açúcar no mercado externo, liderou as importações no Brasil, superando os chineses. Os indianos já compraram 1,98 milhão de toneladas de janeiro a outubro, gastando US$ 687 milhões. O aumento em volume foi de 110%; em valores, 127% no período.
         A China, líder no ano passado, ficou em segundo lugar, com compras de 1,75 milhão de toneladas e gastos de US$ 563 milhões. Os países da Ásia já compraram 9,1 milhões de toneladas de açúcar do Brasil neste ano, 34% mais do que de janeiro a outubro de 2015. No mesmo período, os países do Oriente Médio importaram 4,8 milhões de toneladas, um aumento de 45%.

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