sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Presidente da AEB diz que comércio exterior não pode depender do câmbio

          A Comissão Portos, entidade com sede no Rio de Janeiro (RJ) que reúne organizações envolvidas com a atividade portuária no Brasil, realizou sua Assembleia Geral Ordinária nesta semana. O encontro aconteceu em São Paulo (SP) e reuniu, a portas fechadas, os principais representantes das atividades públicas e privadas ligadas ao comércio exterior brasileiro.
         Na pauta da reunião, as entidades ABTP, ABTL, ABTRA, Abratec, ATP e FENOP levaram para discussão um documento que elaboraram contendo conceitos para serem encaminhados ao governo federal, com sugestões para revisão da política pública da atividade portuária no País. O documento aborda temas decisivos para o setor, como o Marco Regulatório da infraestrutura de transportes submetida a processos licitatórios, além de ações para garantir mais impulso e liberdade à iniciativa privada.
         "O novo governo precisa estar ciente de que o nosso comércio exterior está patinando", alertou José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), após a assembleia. "Não podemos ser dependentes de commodities e tampouco do câmbio. Em 2016, teremos exportado menos do que o total de 2006 em produtos manufaturados, e isso não pode acontecer com um país. Para 2017, já se sabe que as importações deverão crescer, enquanto as exportações vão ficar estagnadas, despencando o superávit", completou.
         O presidente da AEB disse ainda que as empresas reconhecem a falta de recursos do governo, porém enfatizou que, sem dinheiro, a esfera pública precisa conceder mais liberdade à iniciativa privada. "Temos de planejar hoje o que vamos querer para daqui a 25 anos", avisou.
         Segundo dados da própria comissão, 95% das exportações brasileiras, e 85% das importações, dependem diretamente do transporte marítimo, o que evidencia os portos como cruciais para o desenvolvimento econômico e social do País. Para José Augusto de Castro, a chave está na redução de custos.
         "Não podemos pautar a nossa balança comercial nas circunstâncias do câmbio, mas sim no mercado. Com custos reduzidos e mais competitividade, o câmbio será apenas um detalhe", explicou.
Para viabilizar a competitividade e eficiência da atividade, no entanto, são necessárias medidas permanentes que visem ao aperfeiçoamento e à sustentabilidade das operações portuárias. O objetivo central da Comissão Portos é justamente batalhar pela competitividade sistêmica das instalações portuárias e seus acessos terrestres para aumento da produtividade, redução de custos e de burocracia.
          Entre os associados da comissão estão a CNC (Confederação Nacional do Comércio), CNI (Confederação Nacional da Indústria), além de outras entidades representativas do setor portuário e industrial, como ABAC, ABDIB, ABEAM, ABIQUIM, ABRATEC, ABTP, ABTRA, AEB, ANUT, CENTRONAVE, FIRJAN, IBRAM, Instituto Aço Brasil e Syndarma - a maioria das quais representadas na assembleia que aconteceu em São Paulo.

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