quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Governo sul-coreano transfere rotas da quebrada Hanjin Shipping para a HMM para reduzir impacto no fluxo de cargas

         A Hanjin Shipping solicitou administração judicial para determinar a liquidação de seus ativos. A companhia fez o pedido depois de se declarar quebrada por não conseguir financiamento bancário para o seu plano de recuperação. As instituições financeiras, lideradas pelo KDB (Korea Development Bank), decidiram suspender o apoio financeiro a maior transportadora marítima sul-coreana no início de setembro por entender que ela não mostrava condições de reduzir a queda livre em que se encontra.
        Um porta-voz do Grupo Hanjin, controladora da Hanjin Shipping, confirmou que a armadora registrou perdas superiores a US$ 400 milhões no primeiro semestre desse ano. Explicou que a administração judicial é a única opção viável para a liquidação definitiva de seus ativos, processo que deveria finalizar no último quadrimestre de 2016. 
        O governo de Seul anunciou um plano de medidas para que outra companhia de navegação do país e principal competidora da Hanjin, a HMM (Hyundai Merchant Marine) ocupe o lugar da empresa em crise em algumas rotas para minimizar o impacto no fluxo de cargas. Essa medida fortaleceu os rumoes de que a HMM tem planos de fundir-se com o armador quebrado. Mas fontes ligadas a companhia, asseguraram que há apenas interesse em alguns ativos mais rentáveis da Hanjin e não em uma fusão propriamente. 
         A indústria do transporte marítimo global vem operando com perdas desde o final do ano passado. Segundo analistas, os prejuízos acumulados pelos armadores pode ultrapassar os US$ 5 bilhões em 2016. Na avaliação deles, nem as fusões e suspensões de rotas menos rentáveis, serão suficientes para superar o excesso de capacidade que dinamitou os preços dos fretes.
        A bancarrota da Hanjin, que emprega 1.500 pessoas, será a maior da história da navegação comercial mundial.  Ultrapassaria, inclusive, o colapso do segmento registrado nos Estados Unidos em 1986, que levou ao fechamento ou venda de diversas companhias de navegação da maior economia do planeta.

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