Exportações de calçados crescem 12,5% em junho na comparação com o mesmo mês de 2015

         As exportações de calçados cresceram 12,5% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado foi atribuído ao dólar valorizado ante o real e a qualidade do sapato brasileiro. O presidente-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Heitor Klein, ponderou que "ainda é cedo para falar em retomada dos embarques, especialmente levando em consideração a volatilidade cambial e o momento econômico e político conturbado pelo qual passa o Brasil".
         Segundo dados da Abicalçados, em junho foram embarcados 9,3 milhões de pares por US$ 84 milhões, representando também uma alta de 7% em dólares na relação com o mesmo mês do ano passado.  No comparativo com maio, a alta é ainda mais significativa, de 11% em volume e 17% em faturamento. Com o resultado, os calçadistas fecharam o primeiro semestre do ano com 58 milhões de pares embarcados por US$ 451,47 milhões, números 3,3% superiores em volume e 2,7% inferiores em receita no comparativo com igual período do ano passado.
         Apesar da advertência, Klein destacou os esforços dos calçadistas no exterior. “O nosso produto está presente em mais de 150 países. Temos convicção de que, superados os problemas brasileiros de competitividade e com um câmbio mais estável, conseguiremos alavancar as exportações e, quem sabe, chegar ao patamar de quase US$ 2 bilhões anuais em exportações que tivemos outrora”, avaliou.
         Os Estados Unidos foram os principais compradores de janeiro a junho, levando 6,3 milhões de pares por US$ 102,54 milhões, altas de 24,3% em volume e 17,4% em dólares na relação a igual período do ano passado. A Argentina ficou em segundo lugar, importando 3,32 milhões de pares, que renderam US$ 41,43 milhões em, receita, 85,3% mais em pares e 56,8% mais em dólares no comparativo com igual período do ano passado. A França chegou em terceiro, comprando 4,75 milhões de pares, por US$ 28,56 milhões, resultados inferiores tanto em pares (-1,7%) quanto em valores (-6,2%) na relação com igual período do ano passado.
         Entre os estados exportadores, o Rio Grande do Sul manteve a liderança no primeiro semestre, com 13 milhões de pares e faturamento de US$ 195 milhões, números superiores em volume (44,6%) e em faturamento (11,2%) no comparativo com o primeiro semestre do ano passado. Com o resultado, a indústria do Rio Grande do Sul respondeu por 43% do total gerado com exportações de calçados no período.
         O segundo maior exportador do semestre foi o Ceará, que embarcou 21,2 milhões de pares por US$ 116,85 milhões, registros 5,5% inferiores em pares e 1,8% menores em receita na relação com o mesmo período do ano passado. Apesar de registrar queda importante na receita gerada pelas exportações de calçados no período de janeiro a junho, São Paulo seguiu no terceiro posto, embarcando 5,14 milhões de pares por US$ 55,13 milhões, números 10,8% superiores em pares e 17,4% inferiores em receita no comparativo com 2015.
         O dólar elevado somado à queda na demanda interna por calçados manteve inibida as importações do produto. No semestre, entraram no país 12,54 milhões de pares por US$ 174,7 milhões, registros inferiores tanto em volume (-35%) quanto valores (-38,3%) na relação com igual período do ano passado. As principais origens seguiram sendo os países asiáticos: Vietnã (5,2 milhões de pares por US$ 94,64 milhões, 36,2% menos do que em 2015); Indonésia (2 milhões de pares por US$ 37 milhões, 49,7% menos do que em 2015); e China (4,18 milhões por US$ 21,28 milhões, 25% menos do que em 2015).