quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Eleições presidenciais nos EUA provocam incertezas no setor de porta-contêineres


Uma análise da Drewry's Freight Loop,  diulgada por Simon Heaney, gerente sênior de Container Research da consultoria, abordou os efeitos potenciais da eleição presidencial dos EUA no mercado global de transporte de contêineres. O analista explicou que, embora o comércio e a indústria marítima continuem crescndor com as mudanças de governo, as atuais tensões geopolíticas levantaram barreiras comerciais, especialmente entre os Estados Unidos e a China, potências que mantêm uma disputa de longo prazo pela economia e supremacia política.

O conflito comercial entre as duas nações, intensificado desde a administração de Donald Trump em 2018, levou a uma diversificação na origem das importações dos EUA. De acordo com dados do Trade Data Monitor, a quota de mercado da China nas importações conteinerizadas dos Estados Unidos diminuiu de 40% em 2016 para 27% em 2024. Ao mesmo tempo, outros países como o Vietnã registraram um aumento na sua quota no mercado dos EUA.

Heaney disse que a diversificação nas fontes de importação não representa um problema direto para o setor do transporte marítimo. No entanto, alertou que políticas mais isolacionistas poderiam representar um risco para o crescimento do mercado. Segundo o analista, o aumento das importações nos principais portos dos EUA impulsionou um crescimento de 15% no setor do transporte marítimo de contêneres nos primeiros oito meses de 2024, mas esta tendência pode mudar se forem implementadas medidas protecionistas extremas.

De acordo com a análise da Drewry, uma vitória de Donald Trump poderia trazer um risco maior de perturbação do comércio devido à sua abordagem protecionista. Trump manifestou a sua intenção de impor uma tarifa universal de 20% sobre as importações, sendo 60% aplicados aos produtos chineses, o que poderá reduzir a procura de produtos importados em contêineres e encorajar as empresas americanas a procurar outras opções de fornecimento fora da China, como o Vietnã, Índia ou México.

Por outro lado, uma administração liderada por Kamala Harris não significaria necessariamente uma redução das atuais tarifas, embora se espere que possa concentrar-se em subsídios para fortalecer a indústria e as exportações dos EUA. Esta abordagem, embora menos perturbadora do que uma política tarifária agressiva, poderá suscitar preocupações noutras nações e blocos comerciais, concluiu Heaney.

Embarques para o exterior alcançam US$ 6,1 bilhões na quarta semana de outubro

O Brasil alcançou US$ 498 bilhões de corrente e comércio de janeiro à quarta semana de outubro deste ano, segundo dados da balança comercial divulgados nesta terça-feira (29/10) pela Secretaria de Comercio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). No ano, foram US$ 280,5 bilhões em exportações e US$ 217,6 bilhões em importações, resultando em superávit de US$ 63 bilhões;

Somente nesta quarta semana, a corrente de comércio ficou US$ 11,6 bilhões – com exportações no valor de US$ 6,1 bilhões e importações de US$ 5,4 bilhões. O saldo foi de US$ 688 milhões. Já no mês, as exportações somam US$ 25 bilhões e as importações US$ 21,2 bi, com saldo de US$ 3,8 bi e corrente de US$ 46,3 bi.

Nas exportações, a média diária até a 4ª semana de outubro foi de US$ 1,3 bilhão, contra US$ 1,4 bi da média do mês completo em 2023. Nas importações, a média ficou em US$ 1,1 bi agora, contra US$ 976 milhões no ano passado.

Assim, até a 4ª semana de outubro/2024, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2,4 bilhões, e o saldo, também por média diária, foi de US$ 202,5 milhões. Comparando-se este período com a média de outubro/2023, houve crescimento de 1,9% na corrente de comércio.

No acumulado de exportações, até a 4ª semana do mês de outubro/2024, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária mostra queda de US$ 56,82 milhões (18,6%) em Agropecuária; queda de US$ 62,63 milhões (17,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 27,21 milhões (3,7%) em produtos da Indústria de Transformação.

No acumulado de importações, o desempenho dos setores pela média diária foi de crescimento de US$ 4 milhões (23,8%) em Agropecuária; queda de US$ 8,33 milhões (10,3%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 145,08 milhões (16,7%) em produtos da Indústria de Transformação.

 

Porto de Itaguaí terá novo terminal de minério com leilão bilionário em dezembro

O Porto de Itaguaí (RJ) se prepara para um marco histórico com o arrendamento da área ITG02, onde será instalado um novo terminal de minério. O Aviso de Licitação (Leilão nº 09/2024) foi publicado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) no Diário Oficial da União desta semana. O leilão, marcado para o dia 18 de dezembro, será realizado na B3, em São Paulo, e integra o maior pacote de arrendamentos portuários promovido pelo Governo Federal nesta gestão. Este projeto é considerado o mais relevante da PortosRio e um dos principais do comércio exterior brasileiro.

Com 348.937 m², a área ITG02 será destinada à implantação de um terminal especializado na movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais. Estima-se que a empresa vencedora do leilão investirá mais de R$ 3,5 bilhões no futuro empreendimento, que terá capacidade para movimentar cerca de 20 milhões de toneladas por ano. O novo terminal consolidará o Porto de Itaguaí como o principal polo exportador de minério de ferro do país.

Francisco Martins, presidente da PortosRio, destacou o impacto transformador do projeto: “A área ITG-02 será crucial para ampliar a infraestrutura portuária do Rio de Janeiro e garantir o escoamento da produção de minério de Minas Gerais. Este terminal representará não apenas um aumento expressivo na capacidade de movimentação do Porto de Itaguaí, mas também será um motor de desenvolvimento socioeconômico para a região, com a geração de milhares de empregos e o incremento na arrecadação de tributos. Além disso, a Autoridade Portuária tomou todas as medidas necessárias para assegurar que a futura arrendatária implemente práticas sustentáveis no projeto, tornando-o um exemplo de eficiência e responsabilidade ambiental. Estamos focados em modernizar nossos portos e garantir que eles sejam competitivos globalmente, enquanto promovemos o crescimento sustentável do Estado e do Brasil.”

Entre os benefícios projetados, o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) aponta que aproximadamente 2.800 empregos indiretos serão gerados durante a construção do terminal e mais 2.000 empregos diretos e indiretos durante sua operação. Além disso, a arrecadação de Imposto Sobre Serviço (ISS) para o município de Itaguaí pode atingir R$ 1,2 bilhão ao longo dos 35 anos de contrato.

O empreendimento também seguirá rigorosos padrões de ecoeficiência, com medidas para o uso racional de recursos naturais e controle de emissões de particulados. Entre as ações previstas estão o armazenamento adequado do minério, a utilização de equipamentos de controle ambiental e monitoramento constante para minimizar impactos ambientais. Os interessados podem acessar o edital e seus anexos no site da ANTAQ (https://www.gov.br/antaq/pt-br/assuntos/leiloes) ou na sede da agência em Brasília.

 

Exportações de calçados para Angola entre janeiro e setembro chegam a US$ 11 milhões, crescimento de 3%

Mercado-alvo do calçado brasileiro para o biênio 2024-2025, por meio do programa de apoio às exportações Brazilian Footwear, mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Angola vem atraindo empresas verde-amarelas. Durante o Fórum Brasil de Investimentos, em São Paulo/SP, no dia 28, o presidente-executivo, Haroldo Ferreira, e a gerente de Relacionamento e Negócios da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, estiveram em reunião com representantes da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (Aipex).

O objetivo do encontro, segundo Ferreira, foi estreitar laços com o país africano. “Angola é um mercado em crescimento para a indústria brasileira de calçados. Entre janeiro e setembro, as fábricas nacionais exportaram para lá o equivalente a US$ 11 milhões, 3% mais do que no mesmo período do ano passado”, conta o dirigente. Durante a reunião, representantes da Aipex destacaram a força do produto verde-amarelo no mercado angolano, resultado de grandes similaridades culturais, inclusive na língua nativa, o que facilita a integração comercial.

Com mais de 34 milhões de habitantes, a Angola é dependente das importações de calçados, sendo o Brasil o seu segundo principal fornecedor do produto no mundo, atrás apenas da China. Participaram do encontro com os representantes da Abicalçados o administrador-executivo e o técnico da Aipex, Jerônimo Pongolola e Valter Almeida, respectivamente.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

PIL conclui operação de bunkering de GNL em porta-contêiner que atenderá rota na América Latina


A Pacific International Lines (PIL) e o fornecedor de abastecimento Shanghai SIPG Energy Service (SSES) concluíram o abastecimento inaugural de Gás Natural Liquefeito (GNL) do primeiro navio porta-contêineres movido a GNL da PIL, o “Kota Eagle”. Na operação ship to ship realizada no porto de Yangshan, em Xangai, o “Kota Eagle”, de 14 mil TEUs, recebeu cerca de 8 mil m3 de GNL do “Hai Gang Wei Lai”.

O Kota Eagle, que está em seu itinerário inaugural, navegará de Ningbo para a América Latina no 'West Coast Central and South America Service 2' da PIL. O motor GNL bicombustível do navio é complementado por várias tecnologias de economia de energia que reduzem ainda mais as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Chia Yuijn, diretora de Sustentabilidade, Descarbonização e Combustíveis Marítimos da PIL, explicou que “a conclusão da primeira operação de abastecimento de GNL da PIL acompanha nossos investimentos contínuos em um programa de nova construção focado exclusivamente em embarcações de duplo combustível mais verdes”. A utilização do GNL como combustível marítimo é uma opção que permite ao setor alcançar uma redução tangível e imediata nas emissões de carbono.

Antaq apresentará estudo sobre descarbonizaçao nos portos nesta quinta-feira

O estudo “Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e aplicações do Hidrogênio nos Portos”, elaborado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), vai ser apresentado nesta quinta-feira (31), a partir das 10h, no IBI (Instituto Brasileiro de Infraestrutura).

O levantamento teve como objetivo verificar como as infraestruturas portuárias brasileiras estão se preparando para o recebimento de embarcações com combustível verde, produção de energia eólica, eletrificação de equipamentos portuários e sistemas Onshore Power Supply (OPS).

O documento, aprovado pela Diretoria Colegiada em julho deste ano, foi elaborado em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ). 

Esse diagnóstico vai permitir estabelecer orientações e diretrizes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa por navios em portos e viabilizar a descarbonização da infraestrutura portuária e dos serviços portuários prestados. 

Tendo em vista o compromisso da ANTAQ com o meio ambiente, essa entrega faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado com a GIZ em setembro de 2023 para promover a descarbonização no setor. Esse é o segundo de três eixos definidos.

Acordo de cooperação

O ACT firmado com a GIZ prevê que esse projeto seja dividido em três eixos. O Eixo 1, que foi finalizado em 2021, tratou da revisão da experiência internacional, análise de documentos, artigos técnicos e científicos e estudos sobre transição energética e descarbonização no transporte marítimo e nos portos.

O Eixo 2 fez um diagnóstico da descarbonização nos portos. Por fim, o terceiro eixo, que será conduzido pela ANTAQ, vai apresentar um estudo de caso por meio de levantamento de campo e entrevista semiestruturada com portos e entidades do setor portuário.

Com início previsto para às 10h, a apresentação do estudo “Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e aplicações do Hidrogênio nos Portos” terá transmissão disponibilizada após o evento no canal da ANTAQ no YouTube.

Profissionais de imprensa interessados em fazer a cobertura poderão comparecer ao local, sem necessidade de credenciamento prévio. Após a apresentação, os participantes atenderão os jornalistas presentes.

 

Apoio do BNDES à exportação de bens soma R$ 26,9 bilhões desde 2023, mais que os seis anos anteriores

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou de 2023 até setembro de 2024 R$ 26,9 bilhões para operações de apoio à exportação de bens. Esse valor supera a soma dos seis anos anteriores, período em que o banco de fomento aprovou R$ 21,5 bilhões para o setor.

De janeiro até setembro de 2024, as aprovações para o setor atingiram R$ 13,4 bilhões, valor semelhante ao obtido em todo o ano de 2023 (R$ 13,5 bilhões). As aprovações para exportação de bens, até setembro deste ano, superam em 173%, o valor de 2022 e em 243% o valor de 2021. Quando comparados os resultados de 2023 com 2019, as aprovações do BNDES para exportação tiveram um salto de 429%.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, pontua que o apoio à exportação, além de alavancar a produção industrial, é um importante instrumento para aumentar a competitividade das indústrias brasileiras. 

“Apoiar a exportação industrial, especialmente aquelas com alto valor agregado, é fundamental, uma vez que outros países também estão adotando políticas semelhantes. Cerca de 98% do mercado mundial está fora do Brasil e nossas empresas precisam disputar esse espaço, gerando emprego de qualidade no Brasil e aumentando a escala e a competitividade da nossa indústria, o que certamente também contribui para a retomada do desenvolvimento”, explica Mercadante.

 

O BNDES não financia a exportação de serviços desde 2015. Para viabilizar a retomada dessa política pública, em linha com os padrões internacionais e alinhados com o Tribunal de Contas da União (TCU), o BNDES aguarda a aprovação do PL 5719/2023, que autoriza o Banco a constituir subsidiárias integrais ou controladas, e altera a Lei nº 10.184, de 12 de fevereiro de 2001, que dispõe sobre a concessão de financiamento vinculado à exportação de bens ou serviços nacionais. O PL, que dá mais transparência às diretrizes para o financiamento do BNDES à exportação de serviços, segue em tramitação na Câmara dos Deputados.

 

 

terça-feira, 29 de outubro de 2024

CMA CGM encomenda cinco navios de 2.259 teus cada para operar na Rota Europa/Pacífico Sul/Peru


A CMA CGM comprou cinco porta-contêineres de 2.259 TEU da Seatrade Groningen. Os navios, que antes eram fretados a longo prazo pela armadora, passarão agora a ser propriedade da companhia marítima francesa. Inicialmente, estas embarcações foram ordenadas a operar no serviço 'Meridian' da Seatrade, que cobria a rota Europa-Pacífico Sul-Peru para a mobilização de frutas.

No entanto, na sequência de uma aliança entre a Seatrade e a CMA CGM, as frotas de ambas as companhias marítimas foram combinadas e o serviço resultante, conhecido como 'PAD', acabou por ser gerido exclusivamente pela CMA CGM. Os navios envolvidos na compra são o “Seatrade Orange”, “Seatrade Red”, “Seatrade White”, “Seatrade Blue” e “Seatrade Green”. Os quatro primeiros foram construídos entre 2016 e 2017, enquanto o “Seatrade Green” foi entregue em 2019.

As unidades fazem parte do tipo SDARI 2100 e foram construídas no estaleiro Zhejiang Ouhua Shipbuilding em Zhoushan, China. Têm comprimento de 184,90 metros e boca de 30 metros. Além disso, estão equipados com três guindastes de 45 toneladas e possuem entre 672 e 776 conexões para contêineres refrigerados, sendo o “Seatrade Green” o que oferece a maior capacidade de refrigeração da frota adquirida.

A Seatrade teria também começado a receber uma nova série de seis navios de 1.800 TEU e grande capacidade de refrigeração, construídos pelo estaleiro Huanghai Shipbuilding, na China. Três dessas novas embarcações já foram entregues: o “Seatrade Chile”, o “Seatrade Perú” e o “Seatrade Equador”, todos equipados com 639 conexões. Outros três, o “Seatrade Colômbia”, o “Seatrade Panamá” e o “Seatrade Curaçao”, deverão ser entregues em novembro de 2024 e no verão de 2025, respectivamente.

APS abre consulta para ampliar capacidade de combustível em Santos

A Autoridade Portuária de Santos (APS) publicou no seu site (portodesantos.com.br) e na Plataforma Participa + Brasil, o acesso à consulta pública para obtenção de contribuições para realização de certame licitatório de arrendamento da área de infraestrutura pública denominada STS08, com 152,2 mil m2, localizada dentro do Porto Organizado de Santos, visado o aumento de capacidade de tancagem (armazenamento) de granéis líquidos, principalmente combustíveis.

O aviso da consulta pública está programado para ser publicado no Diário Oficial da União na quarta-feira, dia 30 de outubro, quando passará a contar o prazo de 30 dias para os questionamentos e contribuições.

No site da APS, os interessados podem clicar no ponto mais alto da página inicial, ao lado da busca, no item Acesso à Informação e, a seguir, no círculo verde denominado Participação Social. Na sequência, clicar na linha Audiências e Consultas Públicas, que terão acesso ao link do Participa + Brasil e à Consulta Pública número 04/2024 – STS08.

A expectativa é que, depois de 30 dias de contribuições recebidas, a APS encaminhe o procedimento ao Tribunal de Contas da União (TCU) e, na sequência, promova o leilão na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), informou o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da APS, Gustavo Pereira.  A área a ser leiloada terá conexões com dutovias, rodovias e píeres na Alemoa, área de movimentação de graneis líquidos na margem direita do Porto de Santos.

O presidente da APS, Anderson Pomini, lembra que a medida é de extrema importância para atender ao aumento da demanda por movimentação de combustíveis que suprem as regiões Sudeste, Sul, parte do Centro-Oeste do Brasil e ainda Bolívia, Paraguai e Chile. Além disso, representa aumento da livre concorrência e abertura de mercado, tornando-o menos concentrado, conforme prevê a Lei 9.478 (6/8/1997).

“Para melhorar o desempenho destes serviços essenciais e estratégicos, ali serão construídos dois berços – pelo consórcio de empresas que já atua no setor -, além de outros dois pela Petrobras, até 2030. Atendemos assim recomendação dos órgãos de controle, no sentido de que o Porto não pode ter áreas ociosas. Também conjugamos, num mesmo setor, aumento da capacidade de tancagem, de berços e de acessos para escoamento dos produtos”, afirmou Anderson Pomini, referindo-se também aos dois viadutos a serem construídos pela Ecorodovias, conforme convênio firmado entre Governo do Estado, DER e Autoridade Portuária de Santos.

A Autoridade Portuária primeiro promoveu estudos, corroborados pela Corregedoria Geral da União (CGU), para adaptar a modelagem da área à melhor solução para sua exploração. Na sequência, publicou o Chamamento Público 01/2023 para identificar interessados na exploração da STS08, destinada à movimentação e à armazenagem de granéis líquidos, especialmente combustíveis. Seis empresas demonstraram interesse.

Assim, a APS deu início ao procedimento com vistas à realização de certame licitatório para, ao final, vir a celebrar o contrato de arrendamento com aquele que sair vencedor da disputa. O procedimento já passou pela análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e agora acontecerão a consulta e a audiência pública.

A expansão do setor no Porto de Santos é vital para a economia do País, sobretudo os setores da indústria, comércio, serviços e agronegócio. “O País precisa garantir combustíveis e insumos para movimentar a economia. E o Porto de Santos tem está consciência a respeito do seu papel logístico”, concluiu o presidente da APS.

 

Arábia Saudita autoriza compra de produtos de origem vegetal do Brasil

O governo brasileiro recebeu a notícia da simplificação do procedimento de aprovação necessário às exportações de algodão em pluma, algodão em caroço e desperdícios de algodão (farelos, torta, fibrila e óleo) do Brasil para a Arábia Saudita.

Essa é a sexta abertura de mercado na Arábia Saudita neste ano. Em março, foi autorizada a importação de sementes de hortaliças; em agosto, de aves vivas; e, neste mês, de flores e feno. Com os anúncios, o agronegócio brasileiro alcançou sua 187ª abertura de mercado neste ano, totalizando 265 aberturas em 61 destinos desde o início de 2023.

A conquista coincide com a consolidação do Brasil como o maior exportador mundial de algodão. Nos primeiros nove meses de 2024, o país já comercializou US$ 3,68 bilhões e 1,90 milhão de toneladas, superando o total de US$ 3,33 bilhões e 1,68 milhão de toneladas exportados em 2023.

 

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

MSC altera itinerário do seu serviço Estados Unidos/Costa Leste da América do Sul


A MSC, maior armadora global, sediada em Genebra, Suíça, anunciou um ajuste no itinerário do seu serviço que liga os Estados Unidos à Costa Sul-Americana (SAEC). O objetivo é melhorar a confiabilidade dos horários.

Como parte dessas mudanças, o Porto Everglades, nos Esados Unidos, será reincorporado à operação, enquanto o porto de Navegantes será substituído por Itajaí, a partir da saída do navio “MSC Alma VII”, rota 443A/448R. Os dois terminais estão localizados no norte do Estado de Santa Catarina

Uma nova quebrada incluiu a seguinte ordem de paradas: Nova York, Norfolk, Baltimore, Charleston, Savannah, Port Everglades, Freeport, Cristóbal, Santos, Buenos Aires, Montevidéu, Rio Grande, Itajaí, Paranaguá, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Columbus/Christopher, Freeport e Nova York novamente.

Complexo do Pecém lança licitação para ampliação do Terminal Multipropósito

 

O Governo do estado do Ceará anunciou a licitação internacional para as obras de ampliação do Terminal Multiuso (TMUT) do Porto do Pecém, no âmbito do programa Pecém Verde. O projeto, que contempla um investimento de US$ 135 milhões, será financiado pelo Banco Mundial, pelo Fundo de Investimento Climático (FIC) e pela Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), entidade responsável de gestão portuária.

A estimativa é que o contrato de construção tenha duração de 40 meses. O concurso, já publicado no Diário Oficial do Estado, prevê a construção de um novo cais de acostagem (local 11) no TMUT. Este empreendimento visa atender ao aumento das atividades portuárias e apoiar a cadeia de valor do hidrogênio verde no Complexo do Pecém.

Hugo Figueiredo, presidente do Complexo do Pecém, destacou a importância desta expansão: “Esta licitação abrange basicamente a ampliação de mais um ponto de acostagem em nosso Terminal Multiuso para receber novas embarcações e, principalmente, para apoiar a expansão de cargas que virão no futuro”, disse. Ele lembrou ainda que as obras estão previstas para começar no segundo semestre do próximo ano e terminar em 2028. “Dessa forma, poderemos dar conta de toda a carga esperada desses grandes investimentos que estão sendo feitos no Ceará”, acrescentou.

Antaq publica edital dos três terminais que serão leiloados dia 18 de dezembro

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) publicou, nesta semana, no Diário Oficial da União, o edital de leilão dos três terminais portuários que serão leiloados em 18 de dezembro. As áreas arrendadas são o ITG02, no Porto de Itaguaí (RJ), o MCP03, no Porto de Santana (AP), e o MAC16, localizado no Porto de Maceió (AL). O certame vai acontecer na B3, em São Paulo (SP), e será transmitido pelo canal da ANTAQ no YouTube.

De acordo com os estudos, o valor total a ser investido nessas três áreas chega a R$ 3,62 bilhões. O MAC16 é destinado a movimentação e armazenagem de granéis sólidos em geral com previsão de investimentos de R$ 6,18 milhões ao longo dos cinco anos do contrato.

O MCP03 vai movimentar e armazenar granéis sólidos vegetais. O contrato, com prazo de 25 anos, prevê investimentos de R$ 88,89 milhões. Por sua vez, o terminal com maior previsão de investimentos, R$ 3,53 bilhões, é o ITG02. A área é destinada a movimentação de granel sólido mineral e o prazo é de 35 anos.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Estabilização da demanda estimula compras e fusões no setor logístico internacional


As fusões e aquisições estão ressurgindo no setor da logística, o que, segundo os executivos da indústria e das finanças, sinaliza o fim de um período de dois anos em que esta atividade abrandou. De acordo com o WSJ, banqueiros, empresas de capital de risco e consultores afirmam que um regresso à estabilidade nos mercados de transporte e logística é a chave para um impulso renovado.

Especialistas dizem que o último ano de procura de frete relativamente fraca mas estável está fornecendo os parâmetros de referência de que compradores e vendedores necessitam para chegar a um consenso sobre as avaliações. Evan Armstrong, CEO da empresa de consultoria de logística terceirizada (3PL) e pesquisa de mercado Armstrong & Associates, diz que os lucros estáveis ​​​​estão ajudando as vendas deste ano, como a aquisição da filial de logística da Deutsche Bahn pelo despachante dinamarquês DSV, DB Schenker, por mais. de US$ 12 bilhões, a maior operação logística dos últimos anos.

No ano passado, houve vários grandes acordos logísticos nos Estados Unidos. A United Parcel Service vendeu recentemente sua unidade de corretagem de carga, Coyote Logistics, para a rival RXO por pouco mais de US$ 1 bilhão. A empresa de transporte Forward Air está considerando uma venda em meio à pressão de ativistas após a polêmica aquisição da Omni Logistics.

A GXO, fornecedora de logística contratada com sede em Greenwich, Connecticut, que teve receitas de US$ 9,8 bilhões no ano passado, recebeu recentemente uma oferta não solicitada e agora está avaliando “ofertas recebidas de alta qualidade”, de acordo com profissionais familiarizados com o processo. Especialistas do setor afirmam que a recente queda das taxas de juro também está ajudando a estimular a atividade.

Segundo esses especialistas, algumas das fusões e aquisições com maior potencial são as de empresas pertencentes a fundos de capital de risco, que normalmente compram e mantêm empresas durante cerca de cinco anos. Algumas dessas empresas tiveram que esperar para vender devido à instabilidade do mercado de frete causada pela pandemia. Dan Howard, diretor-geral e chefe de transportes para a América do Norte da Goldman Sachs, disse que atualmente, com as taxas de juro ainda elevadas, a maior parte da procura de frete é impulsionada por investidores estratégicos.

PortosRS discute expansão da capacidade portuária para o desenvolvimento offshore

No Brazil Windpower 2024, realizado em São Paulo, a Portos RS reforçou seu compromisso com a expansão das energias renováveis e o desenvolvimento da infraestrutura portuária para atender a crescente demanda do setor offshore. O diretor de Meio Ambiente da Portos RS, Henrique Ilha, apresentou a palestra “Logística e Infraestrutura Portuária - Planejamento e Expansão da Capacidade Portuária para o Desenvolvimento Offshore”, destacando o papel estratégico dos portos brasileiros na transição energética.

Durante sua apresentação, Ilha ressaltou as oportunidades que o Brasil tem pela frente com o desenvolvimento da energia offshore e do hidrogênio verde. “A Portos RS e outros portos brasileiros têm muito potencial de geração de energia offshore, hidrogênio verde e todas essas oportunidades de transição energética que estão sendo debatidas nos últimos tempos. Temos aqui uma oportunidade para definirmos os gargalos e oportunidades que se apresentam com essa “onda” que está no Brasil da transição energética”, comentou o diretor de meio ambiente.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também esteve presente no evento e reforçou os esforços do governo estadual para atrair investimentos no setor de energia eólica, que vem se consolidando como uma das principais fontes de energia renovável no estado. “O Rio Grande do Sul tem se posicionado como um grande polo para o desenvolvimento da energia eólica e estamos trabalhando ativamente para garantir que o estado esteja preparado para receber novos investimentos no setor, gerando empregos e fortalecendo a economia”, destacou Leite.

A participação da Portos RS no Brazil Windpower 2024 evidencia o compromisso da empresa pública em se tornar um hub logístico estratégico para o desenvolvimento de projetos de energia offshore no Brasil. O evento, que reúne especialistas e empresas de todo o mundo, é uma importante plataforma para debater os desafios e as oportunidades da transição energética no país. (fonte: PortosRS)

 

Brasil e Reino Unido fecham parceria para crédito à exportação

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o ministro de Comércio Internacional e Negócios do Reino Unido, Jonathan Neil Reynolds, e a presidente da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), Maíra Madrid, assinaram acordo que dá as bases para o compartilhamento de risco entre a União, por meio do Seguro de Crédito à Exportação (SCE) com lastro no Fundo de Garantia às Exportações (FGE), e a United Kingdom Export Finance (UKEF).

Com a parceria inédita, assinada em reunião bilateral do Grupo de Trabalho de Comércio e Investimento do G20, em Brasília, as vendas internacionais de produtos que contêm conteúdo brasileiro e britânico, simultaneamente, poderão contar com seguro à exportação dos dois países. Por exemplo, uma aeronave brasileira com motor britânico poderá contar com seguro da UKEF e resseguro da ABGF. O texto é resultado de discussões que vem ocorrendo há mais de um ano entre a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (SE/CAMEX) e a UKEF.

“A parceria vai fortalecer o sistema de apoio à exportação, tornando mais atrativas as exportações de produtos de alto valor agregado dos dois países, cujos financiamentos poderão ficar mais baratos a partir das garantias conjuntas”, afirmou o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

A próxima etapa da parceria é a definição dos termos operacionais que deverão reger o compartilhamento de risco entre MDIC/ABGF e UKEF, como as estruturas de resseguro, de forma a reduzir, para ambos os países, a exposição a risco de seus programas de apoio oficial ao crédito à exportação.

G20

Na reunião, os países convergiram no entendimento sobre a importância de debater mulheres e comércio internacional, temas em debate no grupo de Comércio e Investimento do G20.

Também estiveram na pauta do encontro temas de interesse mútuo, como descarbonização e desburocratização, como a cooperação para criação do Portal Único do Comércio Exterior. Também destacaram empresas brasileiras no Reino Unido e vice-versa.

Por fim, ficou acertada a realização da reunião do Comitê Econômico e Comercial Conjunto Brasil-Reino Unido (Jetco), no próximo ano, em alusão aos 200 anos de relação comercial entre os dois países. O Jetco é um mecanismo de diálogo bilateral que busca promover o comércio e os investimentos entre os dois países.

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Crise no Mar Vermelho afeta mais os fretes dos porta-contêineres do que as restrições no Canal do Panamá


As perturbações nos canais de Suez (foto) e do Panamá tiveram um impacto diferente nos mercados de contêineres e de transporte a granel. “Embora o desvio causado pela crise no Mar Vermelho/Suez tenha maior impacto nas tarifas de frete desses navios, as limitações de capacidade no Canal do Panamá têm maior impacto nas tarifas de frete dos graneleiros”, afirmou, Jan Hoffmann, chefe do serviço de logística comercial da UNCTAD, referindo-se a uma das principais conclusões que emergem do relatório sobre Transporte Marítimo 2024 elaborado pela organização.

De acordo com o relatório, as taxas de frete de contêineres aumentaram rapidamente desde o final de 2023. Como exemplo, ele mostrou que o Índice de Frete de Contêineres da China (CCFI) aumentou aproximadamente 120% entre outubro de 2023 e junho de 2024, com o Mar Vermelho e A crise do Suez contribuiu com 148 pontos percentuais para o aumento acumulado. A perturbação do Canal do Panamá também contribuiu para o aumento do CCFI, mas em menor grau, representando 9 pontos percentuais.

Os efeitos destes dois choques foram parcialmente compensados ​​pelo crescimento da capacidade de abastecimento de navios porta-contentores, que acelerou em 2023, afirma o relatório. Por outro lado, as taxas de frete para o transporte marítimo a granel, com base na análise dos dados reflectidos pelo Baltic Dry Index (BDI), tornaram evidente o efeito da perturbação no Canal do Panamá a partir de novembro de 2023 , quando a autoridade do Canal reduziu o trânsito de navios.

O impacto atingiu o pico em janeiro de 2024, contribuindo com 49 pontos percentuais para o aumento acumulado de 45% do BDI durante este período. No entanto, o aumento destas taxas abrandou significativamente entre abril e junho de 2024, à medida que as restrições à navegação através do Canal foram gradualmente aliviadas. O impacto da crise do Mar Vermelho e de Suez foi mais modesto do que a perturbação do Canal do Panamá, com um impacto máximo de 26 pontos percentuais no aumento do BDI em março de 2024, indicando um padrão diferente em comparação com as tarifas de frete para o transporte marítimo de contentores.

Uma razão para esta diferença é que a carga conteinerizada poderia ser transportada utilizando a ponte terrestre na América do Norte para contornar o Canal do Panamá, mas isto é menos viável para carga a granel, como carvão ou cereais, observa o relatório. Por outro lado, Jan Hoffmann destaca que “em termos de distâncias navegadas por tonelada de carga, tanto a granel como a carga líquida atingiram níveis historicamente elevados.

A distância média percorrida por um contêiner também aumentou, graças ao desvio provocado pela crise no Mar Negro, invertendo uma tendência decrescente dos últimos anos.” O relatório destaca ainda a implementação de um exercício de simulação para avaliar o impacto dos aumentos nas taxas de frete (de outubro de 2023 a junho de 2024) nos preços e na atividade econômica.

A simulação concluiu que os níveis globais de preços no consumidor aumentarão 0,6 por cento no final de 2025 devido à crise do Mar Vermelho e à perturbação do Canal do Panamá. No que diz respeito aos custos do transporte marítimo, dependendo do tipo de economia, o relatório conclui que os PEID e os Países Menos Desenvolvidos (PMA) enfrentam custos elevados. Em contrapartida, entre 2016 e 2021, as economias desenvolvidas beneficiaram dos custos de transporte marítimo mais baixos, que foram em média 8,1% do valor FOB (os custos das mercadorias mais o envio no porto de partida) e US$/86 toneladas (Figura III.10).  As economias em desenvolvimento, excluindo os PEID e os PMA, enfrentaram custos de transporte marítimo mais elevados, que atingiram em média 10,6% do valor FOB e 89 dólares/tonelada. Entretanto, os PEID tiveram custos de transporte 15% a 20% mais elevados por tonelada (103 dólares/toneladas em comparação com outras regiões.  

Em termos gerais, o relatório destaca que o volume do comércio marítimo atingiu 12.292 milhões de toneladas em 2023, o que representa um aumento de 2,4% após a contracção registada em 2022. Este crescimento foi impulsionado pelo crescimento da economia mundial, que evitou um previsto recessão e cresceu 2,7%, apesar do ajuste monetário mais importante em décadas. O relatório indica ainda que o crescimento do comércio marítimo em toneladas/milha, que mede os volumes de comércio ajustados à distância, excedeu de forma semelhante o crescimento em toneladas em 2023.