terça-feira, 13 de setembro de 2016

Polo naval de Rio Grande não tem perspectivas de receber novas encomendas

        A situação do setor naval segue indefinida desde a deflagração da Operação Lava-Jato pela Polícia Federal, em março de 2014..A PF investiga um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a Petrobras, onde grandes empreiteiras são suspeitas de pagarem propinas para executivos da Estatal e também a outros agentes públicos. Alguns projetos, que estavam previstos para serem realizados no Brasil, acabaram sendo enviados para outros países. Outros seguem com a situação incerta, pois ainda não há perspectiva de quando e se devem chegar aos estaleiros Brasileiros, onde estavam previstos para serem construídos.
         O jornal Agora, de Rio Grande (RS) informou que estão sendo realizadas várias demissões no ERG 1, estaleiro administrado pela empresa Ecovix. Em contato com a assessoria de imprensa do Banco Brasil Plural, que assumiu a gestão da Ecovix em dezembro do ano passado, para auxiliar no processo de reestruturação, a publicação foi comunicada que a empresa não irá se manifestar sobre a situação dos projetos previstos para o Município, nem sobre as possíveis demissões que estão ocorrendo.
         Para Rio Grande, até o ano passado, a Ecovix e a Estatal tinham contratos firmados para a construção de oito FPSOs (sigla em inglês para plataforma flutuante que produz, processa, armazena e escoa petróleo) para o pré-sal. Atualmente, dentro do estaleiro da Ecovix, encontra-se apenas a P-68, a qual, segundo uma fonte que prefere não ser identificada, pode sair do estaleiro até o próximo mês de outubro.
         Conforme o presidente interino do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte (Stimmmerg), Sadi Machado, as demissões que estão ocorrendo no ERG 1 fazem parte do contexto. "A obra é por fases, então as demissões fazem parte e o trabalhador sabe", explica. De acordo com Machado, a Ecovix tem três projetos já garantidos para Rio Grande. “Eles (Petrobras e Ecovix) já estão fechados com a P-69, P-70 e P-71. A Petrobras fechou um acordo com um banco da China que dá continuidade no setor por mais dois anos. Para esses dois anos, as obras estão completamente garantidas”, destaca.
         Ele conta que, segundo informações repassadas da Ecovix ao sindicato, atualmente a empresa passa por uma situação econômica delicada. “A única atividade do setor naval, que está em andamento, é em Rio Grande. Não recebemos nenhuma informação sobre prazos. Por enquanto, não temos perspectivas”, enfatiza. O presidente interino do Stimmmerg afirma que o sindicato vê a situação e o futuro do setor naval com muita cautela. “Vivemos uma incerteza porque, querendo ou não, estamos atrelados com o momento político que vive o País", salienta. Ele conta que hoje, dentro da Ecovix, são cerca de 4,5 mil trabalhadores, no Estaleiro EBR em São José do Norte são aproximadamente 1,4 mil e, no Estaleiro QGI, em torno de 250.

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