O consórcio MGT, responsável pela construção de módulos para
plataformas de petróleo, colocou em aviso prévio mais de 1,1 mil
funcionários em Itajaí. O motivo é um impasse no contrato com a
Petrobras: a estatal pediu alterações nos projetos, que aumentaram os
custos de produção, mas não alterou os termos contratuais. Há cerca de
um ano o consórcio pede reequilíbrio, sem sucesso. Os valores em questão
são mantidos em sigilo pelo MGT.
O consórcio já entregou quatro módulos de gás e energia, que são
produzidos em Itajaí e levados em barcaças até o Rio Grande do Sul, onde
são integrados às plataformas. No momento há dois módulos na fábrica,
um pronto para a entrega e outro ainda em construção. Desde
quarta-feira, os trabalhos foram suspensos e as unidades não têm
previsão de entrega. A demissão foi feita enquanto ainda há dinheiro em
caixa para pagar salários e rescisões.
A assessoria jurídica da empresa informou que, caso o contrato
seja renegociado, oferecerá aos trabalhadores a possibilidade de reaver o
emprego. Esta é a primeira dispensa coletiva na indústria de construção
naval em Santa Catarina dos últimos meses.
Desde o início do ano, quando ocorreram as últimas demissões em massa
em Itajaí e Navegantes — polo catarinense no setor — o número de vagas
de emprego havia estabilizado.
Queda brusca
A construção naval chegou a empregar 10 mil trabalhadores no Estado
até 2014. Desde o ano passado, quando a crise mundial do petróleo
encontrou a crise de credibilidade da Petrobras, alvo dos escândalos da
Operação Lava Jato, os postos de emprego caíram pela metade.
Com as novas demissões, a indústria naval passa a ter menos de 4 mil
empregados em Itajaí e Navegantes. Jurandir Sardo, presidente do
sindicato dos metalúrgicos, diz que há preocupação em relação à
possibilidade de outros estaleiros locais também estancarem a produção
por falta de pagamento.
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