O ministro da Agricultura e Pecuária,
Blairo Maggi, deu um importante passo na ampliação das relações comerciais entre o Brasil e
China, nessa semana. Ele propôs ao chefe de governo da província de
Cantão, Ji Jiaqi, um acordo para a criação de um grupo do consulado brasileiro
e técnicos dos dois países, a fim de facilitar a entrada de produtos
brasileiros na China e vice-versa. O ministro considera estratégica a região do
Cantão, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,7 trilhão. No ano
passado, a província movimentou US$ 1 trilhão em comércio exterior.
Ji Jiaqi disse que o Brasil é o segundo maior parceiro comercial
do Cantão, atrás apenas dos Estados Unidos. Ele propôs ao ministro Blairo Maggi
um aumento da cooperação na área da segurança alimentar, principalmente no que
se refere a gestão de riscos. Esta parceria, de acordo com o governo cantonês,
por meio de universidades e centros de pesquisa, como a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Blairo aceitou e orientou o presidente da
Embrapa, Maurício Lopes, presente no encontro, para iniciar as conversas com os
chineses.
O ministro, que está em viagem a vários países da Ásia,
lembrou que o presidente Temer deverá ir à China no próximo ano, atendendo ao
convite do presidente Xi Jinping, feito durante a reunião de cúpula do G20, no
último fim-de-semana, em Hangzhou. Uma das questões entre os dois governos é
uma mudança nos critérios do governo chinês para a seleção de empresas
brasileiras aptas a exportar.
"Precisamos rever esta questão, porque
muitas empresas do agronegócio estão de fora e, se forem incluídas, poderemos aumentar
significativamente a oferta de produtos com preços ainda mais
competitivos", argumentou.
Blairo propôs - e Jiaqi aceitou - a criação de um grupo técnico
para discutir esse assunto. O chefe de governo da província chinesa disse que o
Cantão tem autonomia para resolver esse tipo de problema, o que poderá
facilitar ainda mais o trabalho dos exportadores brasileiros junto ao governo
chinês. Blairo convidou Jiaqi para visitar o Brasil.
Após a reunião, o ministro explicou que a pressão de províncias
economicamente importantes, como o Cantão, junto ao governo central, é um fator
político que pode ajudar a aumentar as vendas externas de produtos
agropecuários brasileiros para a China. "As pressões precisam acontecer
não apenas em nível presidencial, mas também nos escalões intermediários,
porque, além das questões econômicas, temos as políticas", explicou
Blairo.
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