O Porto de Natal vai ficar pelo menos quatro semanas sem embarque e desembarque de contêineres nos navios, devido a problemas no maquinário do operador portuário que realiza o transporte de contêineres para navios.A paralisação é confirmada pela Codern (Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte), que administra o complexo.
A situação preocupa os terminais e o setor produtivo, já que os contêineres são utilizados, por exemplo, para o transporte de frutas frescas, como o melão, que o Rio Grande do Norte exporta para Europa e Ásia, mas também para comercialização de outros produtos.
“Ainda estamos em safra. É uma questão logística que nos preocupa muito, porque as empresas não querem mais que seus navios parem aqui e os produtores têm que procurar outros portos”, disse o secretário da Agricultura, Guilherme Saldanha.
De acordo com o presidente da Comissão Executiva de Fruticultura do Rio Grande del Norte (Coex), Fábio Martins de Queiroga, os produtores utilizam os portos de Pecém e Mocuripe, no Ceará, como alternativa. “Como é o fim da safra, eles (os portos) podem nos atender. Se fosse a safra alta, seria muito complicado”, explicou.
Ele disse ainda que no período de alta das exportações, apenas a fruticultura é responsável por 500 contêineres por semana no porto de Natal. O volume é alcançado mesmo com parte da carga destinada também aos portos do Ceará.
Por outro lado, o presidente do sindicato dos estivadores de Natal, Silvio Barros de Oliveira, ressaltou que os trabalhadores devem ter dificuldades. É que eles são autônomos e só têm remuneração pela produção ou diária.
“É péssimo para o Estado e para os trabalhadores. Nossa categoria só recebe quando funciona. São estivadores, professores, donas de casa, uns 200 trabalhadores, além de outras categorias que dependem disso”, disse. “Pelo menos continuaremos a ter embarques de açúcar nesse período”, alertou Oliveira.
Em nota,a Codern informou que a operadora portuária já está trabalhando para substituir os equipamentos e que o porto permanecerá aberto com a operação em navios de trigo e com a previsão, nos próximos dias, de um novo embarque de açúcar.
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