A Associação dos Portos de Portugal (APP) participa
da Intermodal South America, que vai desta terça-feira, 19, a quinta-feira, 21,
em São Paulo. Os representantes dos terminais portugueses consideram a América
do Sul uma região estratégica para seus negócios e esperam elevar o comércio
marítimo com o Brasil.
A APP reúne os principais portos portugueses,
representados por nove administrações portuárias. Na feira, estarão presentes
cinco delas: Porto de Leixões, Porto de Aveiro, Porto de Lisboa, Porto de
Setúbal e Porto de Sines. Com o evento, a APP espera conseguir aumentar as
trocas comerciais com o Brasil.
"O
objetivo é conseguir afirmar Portugal como a principal porta de entrada na
Europa, já que o nosso país apresenta-se com uma vantagem competitiva face a
outros portos europeus. Em termos de economia, de um a dois dias de trânsito
nos tráfegos oriundos dos mercados da região", destaca a presidente da
APP, Lídia Sequeira.
De
acordo com o ministério da economia português, as trocas comerciais entre
Portugal e o Brasil somaram aproximadamente 2 bilhões de euros em 2018. Ainda
de acordo com o ministério, as exportações portuguesas para o Brasil em 2018
foram lideradas pelo azeite, gasóleo (diesel), bacalhau, vinho e pêras, e as
importações por produtos agrícolas como o milho e a soja, petróleo e minérios.
"Cremos que existem muitas similaridades entre os dois países e no tipo de
mercadorias movimentadas e portos, com a ressalva da escala de cada país",
explica Lídia.
Em
2018, o sistema portuário português movimentou perto de 93 milhões de toneladas
de cargas, com destaque para o crescimento de 1,15 milhão de toneladas no
segmento da carga conteinerizada. Para a APP, o volume movimentado reforça o
posicionamento de Portugal nas ligações aos mercados da América do Sul,
sobretudo o Brasil. Outros mercados comerciais importantes para Portugal são
países do bloco europeu, como Reino Unido, França e Espanha, além de países
africanos da costa ocidental, particularmente Angola. Segundo a APP, Estados
Unidos e Canadá também constituem mercados relevantes, ao passo que a China vem
ganhando importância crescente.
A
APP acredita que o futuro do setor portuário mundial, bem como das entidades
que gerem os portos, passa por soluções inteligentes para melhorar o
relacionamento entre usuários e terminais que os servem, por meio de políticas
que priorizem a digitalização de procedimentos e com uso de plataformas
eletrônicas que diminuam o tempo de espera dos navios e das mercadorias.
"No que diz respeito à questão das mercadorias é fulcral (essencial) que
as alfândegas participem igualmente deste esforço, bem como todas as restantes
entidades que participam no circuito. O esforço deve igualmente ser efetuado ao
nível da regulamentação aplicável ao setor", reforça Lídia.
A
presidente da associação conta que já existem algumas parcerias, que visam
agilizar trâmites e compartilhar experiências entre portos portugueses e os
portos do Brasil, quer ao nível do tráfego das mercadorias, quer ao nível do
tráfego de passageiros (cruzeiros). Para ela, será possível evoluir neste campo
futuramente. Lídia ressaltou que a visão da APP do setor portuário é extensível
a todos os portos, e não somente aos portos brasileiros.
Portugal
também pode contribuir com os portos brasileiros no campo da inovação, ou ainda
em cooperação, com programas acadêmicos e de pesquisa, por meio de suas
instituições de ensino. "Essa é uma ideia muito interessante: a conjugação
entre a academia e o mundo real, particularmente ao nível da inovação e da
tecnologia. Teremos que estender esse repto (desafio) também às universidades
dos dois países", avalia.
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