A safra de grãos 2018/2019 deve alcançar a marca de 233,3 milhões de
toneladas, uma redução em relação ao levantamento anterior, de 0,4%. Em
relação à safra 2017/2018, a previsão indica aumento de 2,5%. Os dados
do 6º levantamento foram divulgados hoje (12) pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
“Tivemos algumas dificuldades climáticas. Houve uma quebra na soja,
no arroz e no feijão, mas o milho teve desempenho muito bom e o algodão
também. Isso é suficiente para atender ao nosso consumo interno com
bastante tranquilidade e cumprir os compromissos de exportações, sem
problemas”, disse o diretor do Departamento de Comercialização e
Abastecimento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese.
Apesar da redução em relação ao levantamento anterior, a Conab
destaca que a safra atual será a segunda maior da série histórica do
país. “O bom desempenho é impulsionado pela melhora da produção do milho
na segunda safra do grão”, diz a companhia.
Para a segunda colheita do milho, a expectativa é que a produção
chegue a 66,6 milhões de toneladas, volume 23,6% superior ao registrado
na safra passada. “Esse resultado é reflexo da maior área”, afirma o
superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton
Santana. “Com 80% dos grãos já plantados, os agricultores devem destinar
12 milhões de hectares para plantio em vez dos 11,5 milhões de hectares
da safra passada”.
Segundo a Conab, o estudo mostra que o algodão também teve destaque
positivo, chegando a uma produção de até 2,6 milhões de toneladas da
pluma, crescimento de 28,4%. A área plantada chegou a 1,6 milhão de
hectares.
Por outro lado, a soja, responsável por cerca de 49% da produção
nacional de grãos, terá redução de 4,9%, chegando a 113,5 milhões de
toneladas. A quebra de safra, prevista em 5,8 milhões de toneladas, pode
ser observada em importantes estados que cultivam a oleaginosa, como
Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e a região do Matopiba, principalmente
na Bahia. Mesmo assim, esta é a terceira maior produção já registrada,
chegando próximo ao volume total de soja produzidos pelo país na safra
2004/2005.
O feijão também apresentou produção menor na primeira safra. Com uma
colheita de 987,5 mil toneladas, a queda pode chegar a 23,2%. Com menos
produto no mercado, o preço da leguminosa está atrativo para os
produtores, o que incentiva maior área plantada na segunda safra do
grão, que poderá resultar em uma produção de 1,36 milhão de toneladas. O
número é impulsionado pelo aumento do feijão tipo cores, que tende a
crescer em 28%, e na variedade preto, com alta de 20,9%. No caso do
feijão-caupi, a tendência é de uma queda de 6%, principalmente pela
expectativa de redução da área cultivada em Mato Grosso.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Guilherme
Bastos, explicou que a perda da soja teve impacto do período de seca,
entre dezembro e início de janeiro. “Com isso, principalmente as
variedades mais precoces sofreram. Havia a expectativa de que as
variedades de ciclo médio tivessem recuperação, mas não conseguiram. No
entanto, as variedades do ciclo tardio devem ter se beneficiado por esse
regime de chuvas um pouco mais normalizado agora em fevereiro. Com
relação ao feijão, a mesma situação aconteceu”, disse Bastos.
Sobre o abastecimento de arroz no país, o diretor afirmou que a
produção brasileira não é suficiente para atender a toda a demanda
interna e que sempre há necessidade de importação. Segundo ele, o
consumo interno é de cerca de 12 milhões de toneladas. A previsão para a
produção de arroz é de 10,6 milhões de toneladas nesta safra.
A área semeada na safra 2018/2019 está estimada em 62,9 milhões de
hectares e se confirma como a maior já registrada no país. O crescimento
esperado é de 1,9%, ou 1,15 milhão de hectares, em relação à safra
passada.
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