Os
principais terminais portuários de Santos contam com centenas de funcionários,
seja no setor operacional ou administrativo. A presença de mulheres em
ambientes como esses, considerados masculinos, ainda é desigual, mas crescente.
A busca pela equidade no ambiente de trabalho é pauta para muitas mulheres que
atuam como técnicas de segurança do trabalho, operadoras de empilhadeira,
conferentes, monitoras de gate, monitoras de operações, entre outras posições.
Segundo a empresa DP World, que atua
no cais santista, 14% de seus funcionários são mulheres, de um total de 843,
isto é, 123 colaboradoras. De acordo com a organização, desde o início das
operações, em 2013, a empresa tem buscado aumentar a presença feminina no terminal,
tendo conquistado um aumento em 21% desde então.
Já a Brasil Terminal Portuário - BTP (foto)
tem 115 funcionárias, de um total de 1.329 contratados. A empresa afirma que
essas mulheres atuam em áreas administrativas, cais, documentação aduaneira, execução
operacional, saúde e segurança, gates, infraestrutura, pátio, planejamento
operacional, manutenção e equipamentos, etc. Nas áreas administrativas, são 96
colaboradoras. Além disso, 13 trabalham como motoristas de TT (Terminal
Tractor), e 15 estão em cargos de liderança dentro da BTP, ocupando posições de
gerentes ou coordenadoras.
Na DP World, 37 mulheres atuam em
áreas operacionais, trabalho que historicamente sempre foi realizado por
homens. As funções variam entre técnicas de segurança do trabalho, operadoras
de empilhadeira, conferentes, monitoras de gate, monitoras de operações, e
mais. Além disso, a empresa se destaca por ser uma das únicas no Porto de
Santos a ter uma mulher operadora de RTG (Rubber TyreGantry Crane).
Érica Gabriela Silva é supervisora de
gate, e desde 2013 é gestora dessa área, comandando aproximadamente 30 pessoas.
Sua jornada profissional começou como assistente de gate, função na qual
permaneceu por apenas seis meses, antes de alcançar o cargo de supervisão, logo
após o início das operações do terminal.
Ela conta que atingir o cargo não foi
só uma conquista profissional, mas, também, uma quebra de paradigmas. “No
começo, quando as pessoas pediam para falar com o supervisor de gate e eu
aparecia, elas se surpreendiam. Foi um desafio superar o preconceito. Aos
poucos, todos se acostumaram, mas era notável a cara de espanto ao me verem
pela primeira vez”, recorda Érica.
A líder de manutenção Renata Silva
Beu aposta no crescimento de mulheres na área do porto. Líder de manutenção, ela aposta no crescimento
de mulheres na área do Porto de Santos. Sua área de atuação é composta
majoritariamente por homens, mas Renata Silva Beu, líder de manutenção da DP
World Santos, aposta no crescimento das mulheres.
“Poder ver novas mulheres inseridas na rotina
da manutenção é estimulante, porque mostra que nós somos capazes, e que mesmo
trabalhando em uma área com mais homens, nós podemos nos destacar na carreira
técnica”, comenta. Renata acredita que o céu é o limite para as mulheres que
atuam em áreas técnicas. Formada em Direito e Engenharia Civil, ela atua como
líder da equipe de infraestrutura, coordenando atendimentos específicos para
toda a empresa.
A operadora de Terminal Tractor da
BTP Letícia dos Santos Mendonça conta que é muito feliz com seu trabalho. Ela
ainda diz que o ambiente mais masculino a faz sentir especial, por ser uma das
únicas mulheres. “É uma quebra de paradigmas. Me sinto especial por representar
as mulheres que gostariam de estar aqui e não tiveram a oportunidade”, afirma.
A operadora conta que iniciou na
carreira por incentivo do marido, que também trabalha no Porto. “Quando ele
chegava em casa e me contava sobre o dia dele, aquilo me encantava. Então, em
2013, quando abriram mais vagas para mulheres trabalharem no Porto, eu entrei.
Gosto muito do que faço, era tudo aquilo que eu imaginava”, emociona-se. Para
ela, o preconceito não tem vez no ambiente de trabalho. “Acho que trabalhar
assim, com tantos homens, me incentiva a trabalhar mais, e até a fazer melhor
do que eles”, conclui, confiante. (fonte: A Tribuna)
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