A Wilson Sons
Rebocadores, empresa de apoio portuário do Grupo Wilson Sons, vem ampliando a
eficiência e a segurança de suas operações, bem como a qualidade da capacitação
de seus profissionais. Nos últimos meses, a companhia modernizou seu simulador
de manobras e iniciou testes para a realização de manobras indiretas nos portos
brasileiros. O novo equipamento atraiu a atenção de práticos do Rio de Janeiro
que participaram de treinamento nas novas instalações em janeiro.
Localizado no Guarujá (SP),
o Centro de Aperfeiçoamento Marítimo William Salomon (CAMWS), onde está
instalado o novo simulador de manobras da companhia, é usado para o treinamento
de sua tripulação, que conta com mais de 550 marítimos. “Nosso software anterior
não atendia em todos os aspectos que precisávamos, então buscamos no mercado
uma alternativa. Analisando as opções apresentadas, escolhemos a tecnologia da
Transas, que já é nossa parceira na Central de Operação de Rebocadores (COR)”,
conta o gerente de Frota e da COR, Pedro Lima.
Para os comandantes, a
mudança estrutural fica bem evidente logo ao entrar na sala do simulador. O
antigo equipamento contava com três projetores que criavam uma tela de 120°.
Hoje, a visão é de 220°, com nove monitores ultra HD de 65 polegadas. “A
resolução é infinitamente superior”, revela Lima.
O novo software conta
com uma biblioteca de mais de 400 modelos de embarcações. “Temos diversos tipos
rebocadores simulados pelo software, incluindo os de apoio marítimo conhecidos
como PSV (Platform Supply Vessel), empurradores, lanchas, plataformas de
petróleo, navios mercantes, navios militares e barcos de pesca. Com essa
variedade, poderemos atender também a outras empresas, como as que prestam
serviços em hidrovias e apoio offshore.”
Além de embarcações
distintas, aumentou também a variedade de cenários, que simulam portos no
Brasil e no exterior. Há também interação total com o ambiente, já que o
equipamento reproduz condições ambientais diversas, como corrente marítima,
maré, vento, chuva, neblina, período diurno e noturno e possíveis avarias
operacionais à embarcação. Conta, também, com um radar de alta definição,
cartas eletrônicas e painel de alarmes, reproduzindo todas as situações
possíveis.
O novo simulador, bem
como os outros recursos do CAMWS, foi fundamental para uma inovação que a
Wilson Sons Rebocadores está introduzindo no mercado brasileiro: as manobras
indiretas. Esse tipo de operação será fundamental quando alguns portos
brasileiros – como os de Santos e do Açu – passarem a receber navios ainda
maiores. A manobra conta com um rebocador capaz de reduzir a velocidade do
navio e atuar como leme auxiliar da embarcação rebocada, garantindo melhorias
na manobrabilidade para que as operações sejam feitas com mais segurança.
“Estamos nos antecipando
a essa tendência”, explica o gerente da Wilson Sons Rebocadores. “Na manobra de
ação indireta, o cabo do rebocador fica conectado à popa do navio. Dessa
maneira, o navio pode desenvolver regimes de máquinas equivalentes às
velocidades maiores, jogando um volume de água suficiente no leme para que ele
atue com maior eficiência, enquanto o rebocador, com cabo passado, cumpre a
função de reduzir a velocidade, além de puxar a popa do navio na direção oposta
ao sentido da curva do canal, garantindo o acesso ao porto com segurança.”
Atualmente, a companhia
tem dois rebocadores fazendo essa manobra, o WS Procyon e o WS Titan, e seus
comandantes já foram treinados. A Wilson Sons Rebocadores vai receber mais duas
embarcações desse tipo em 2018 e 2019, ambas com mais de 80 toneladas de tração
estática. Outras classes de rebocadores da empresa também são aptas a realizar
as manobras indiretas com segurança.
“É importante ressaltar
que as experiências de ações indiretas, realizadas no Porto de Santos,
evidenciam a eficácia dessa manobra especial em canais de acesso sinuoso",
conta o gerente. Os testes foram feitos em condições especiais, com velocidade
inferior a 7,5 nós, precedidos de treinamento dos comandantes no CAMWS
(incluindo o apoio do simulador e aulas teóricas abordando os possíveis riscos
da operação) e reuniões com os práticos.
Pedro Lima relata que
muitos testes já foram realizados ao longo de 2017, mas a previsão é de que
esse tipo de operação seja intensificada no primeiro semestre deste ano.
Enquanto isso, os comandantes seguem sendo capacitados, com o apoio do
simulador de manobras do CAMWS e de aulas teóricas abordando gerenciamento de
riscos da operação e técnicas de manobras, para melhor a eficiência e a
segurança das operações.
O reconhecimento do
trabalho realizado pela Wilson Sons Rebocadores no CAMWS está permitindo que o
serviço seja estendido a outros interessados. Um desses casos é a Praticagem do
Rio de Janeiro. Em janeiro, nove práticos participaram de treinamento com o
apoio do novo simulador e de comandantes da Wilson Sons.
O objetivo do curso foi
testar novos métodos de emprego de rebocadores no Porto do Açu, que em breve
passará a operar com navios tanque tipo VLCC, com LOA (Length Overall) de até
340 metros e calado máximo de 21,7 metros. Um dos focos foi justamente as
manobras indiretas.
“Compartilhar
experiências de manobras é essencial para a segurança das operações. O
gerenciamento do risco é de responsabilidade de todos os envolvidos. Com a
sinergia entre o comandante do rebocador e a Praticagem, ganhamos conhecimento
e experiência para elaborarmos treinamentos e aperfeiçoarmos a técnica de
nossos comandantes” diz Lima.
Os práticos também
visitaram a Central de Operação de Rebocadores, em Santos, uma das ferramentas
mais modernas do mercado brasileiro para monitoramento de embarcações. O
sistema rastreia não só os rebocadores da Wilson Sons, como todas as
embarcações que chegam aos portos brasileiros. As informações servem de base
para que a companhia aprimore seu planejamento, garantindo manobras mais
eficientes. Todas as 74 embarcações da frota da Wilson Sons Rebocadores que
operam do Rio Grande do Sul ao Pará são monitoradas 24 horas por dia, sete dias
da semana.
“Esse é mais um dos
nossos diferenciais. Com a COR, conseguimos nos antecipar às manobras, estando
sempre bem posicionados para receber os navios de nossos clientes. Além disso,
a ferramenta delimita as áreas navegáveis, aumentando a segurança nas operações”,
conta o gerente.
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