sexta-feira, 16 de março de 2018

Wilson Sons Rebocadores compra nova tecnologia para simulação de manobras



          A Wilson Sons Rebocadores, empresa de apoio portuário do Grupo Wilson Sons, vem ampliando a eficiência e a segurança de suas operações, bem como a qualidade da capacitação de seus profissionais. Nos últimos meses, a companhia modernizou seu simulador de manobras e iniciou testes para a realização de manobras indiretas nos portos brasileiros. O novo equipamento atraiu a atenção de práticos do Rio de Janeiro que participaram de treinamento nas novas instalações em janeiro.
          Localizado no Guarujá (SP), o Centro de Aperfeiçoamento Marítimo William Salomon (CAMWS), onde está instalado o novo simulador de manobras da companhia, é usado para o treinamento de sua tripulação, que conta com mais de 550 marítimos. “Nosso software anterior não atendia em todos os aspectos que precisávamos, então buscamos no mercado uma alternativa. Analisando as opções apresentadas, escolhemos a tecnologia da Transas, que já é nossa parceira na Central de Operação de Rebocadores (COR)”, conta o gerente de Frota e da COR, Pedro Lima.
           Para os comandantes, a mudança estrutural fica bem evidente logo ao entrar na sala do simulador. O antigo equipamento contava com três projetores que criavam uma tela de 120°. Hoje, a visão é de 220°, com nove monitores ultra HD de 65 polegadas. “A resolução é infinitamente superior”, revela Lima.
             O novo software conta com uma biblioteca de mais de 400 modelos de embarcações. “Temos diversos tipos rebocadores simulados pelo software, incluindo os de apoio marítimo conhecidos como PSV (Platform Supply Vessel), empurradores, lanchas, plataformas de petróleo, navios mercantes, navios militares e barcos de pesca. Com essa variedade, poderemos atender também a outras empresas, como as que prestam serviços em hidrovias e apoio offshore.”
         Além de embarcações distintas, aumentou também a variedade de cenários, que simulam portos no Brasil e no exterior. Há também interação total com o ambiente, já que o equipamento reproduz condições ambientais diversas, como corrente marítima, maré, vento, chuva, neblina, período diurno e noturno e possíveis avarias operacionais à embarcação. Conta, também, com um radar de alta definição, cartas eletrônicas e painel de alarmes, reproduzindo todas as situações possíveis.
         O novo simulador, bem como os outros recursos do CAMWS, foi fundamental para uma inovação que a Wilson Sons Rebocadores está introduzindo no mercado brasileiro: as manobras indiretas. Esse tipo de operação será fundamental quando alguns portos brasileiros – como os de Santos e do Açu – passarem a receber navios ainda maiores. A manobra conta com um rebocador capaz de reduzir a velocidade do navio e atuar como leme auxiliar da embarcação rebocada, garantindo melhorias na manobrabilidade para que as operações sejam feitas com mais segurança.
           “Estamos nos antecipando a essa tendência”, explica o gerente da Wilson Sons Rebocadores. “Na manobra de ação indireta, o cabo do rebocador fica conectado à popa do navio. Dessa maneira, o navio pode desenvolver regimes de máquinas equivalentes às velocidades maiores, jogando um volume de água suficiente no leme para que ele atue com maior eficiência, enquanto o rebocador, com cabo passado, cumpre a função de reduzir a velocidade, além de puxar a popa do navio na direção oposta ao sentido da curva do canal, garantindo o acesso ao porto com segurança.”
           Atualmente, a companhia tem dois rebocadores fazendo essa manobra, o WS Procyon e o WS Titan, e seus comandantes já foram treinados. A Wilson Sons Rebocadores vai receber mais duas embarcações desse tipo em 2018 e 2019, ambas com mais de 80 toneladas de tração estática. Outras classes de rebocadores da empresa também são aptas a realizar as manobras indiretas com segurança.
         “É importante ressaltar que as experiências de ações indiretas, realizadas no Porto de Santos, evidenciam a eficácia dessa manobra especial em canais de acesso sinuoso", conta o gerente. Os testes foram feitos em condições especiais, com velocidade inferior a 7,5 nós, precedidos de treinamento dos comandantes no CAMWS (incluindo o apoio do simulador e aulas teóricas abordando os possíveis riscos da operação) e reuniões com os práticos.
          Pedro Lima relata que muitos testes já foram realizados ao longo de 2017, mas a previsão é de que esse tipo de operação seja intensificada no primeiro semestre deste ano. Enquanto isso, os comandantes seguem sendo capacitados, com o apoio do simulador de manobras do CAMWS e de aulas teóricas abordando gerenciamento de riscos da operação e técnicas de manobras, para melhor a eficiência e a segurança das operações.
       O reconhecimento do trabalho realizado pela Wilson Sons Rebocadores no CAMWS está permitindo que o serviço seja estendido a outros interessados. Um desses casos é a Praticagem do Rio de Janeiro. Em janeiro, nove práticos participaram de treinamento com o apoio do novo simulador e de comandantes da Wilson Sons.
         O objetivo do curso foi testar novos métodos de emprego de rebocadores no Porto do Açu, que em breve passará a operar com navios tanque tipo VLCC, com LOA (Length Overall) de até 340 metros e calado máximo de 21,7 metros. Um dos focos foi justamente as manobras indiretas.
       “Compartilhar experiências de manobras é essencial para a segurança das operações. O gerenciamento do risco é de responsabilidade de todos os envolvidos. Com a sinergia entre o comandante do rebocador e a Praticagem, ganhamos conhecimento e experiência para elaborarmos treinamentos e aperfeiçoarmos a técnica de nossos comandantes” diz Lima.
         Os práticos também visitaram a Central de Operação de Rebocadores, em Santos, uma das ferramentas mais modernas do mercado brasileiro para monitoramento de embarcações. O sistema rastreia não só os rebocadores da Wilson Sons, como todas as embarcações que chegam aos portos brasileiros. As informações servem de base para que a companhia aprimore seu planejamento, garantindo manobras mais eficientes. Todas as 74 embarcações da frota da Wilson Sons Rebocadores que operam do Rio Grande do Sul ao Pará são monitoradas 24 horas por dia, sete dias da semana.
           “Esse é mais um dos nossos diferenciais. Com a COR, conseguimos nos antecipar às manobras, estando sempre bem posicionados para receber os navios de nossos clientes. Além disso, a ferramenta delimita as áreas navegáveis, aumentando a segurança nas operações”, conta o gerente.

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