segunda-feira, 26 de março de 2018

Próximo passo da Amazon é controlar uma linha de porta-contêineres

         A Bloomberg publicou artigo revelando que a Maersk está acompanhando com prudência o interesse da Amazon, maior operadora de e-commerce do mundo, em ingressar no segmento de navegação com porta-contêineres. A companhia norte-americana poderá operar uma frota de navios em condições competitivas que preocupa as navegadoras internacionais, acenando com a possibilidade de controlar cada aspecto deste tipo de transporte desde o provedor até o cliente final.
          A estratégia da gigantge norte-americana de comércio virtual é conhecida e não surpreende os especialistas em logística. Mas a criação de uma linha marítima que se somaria aos armazéns, caminhões e aviões próprios é vista com reservas pelo mercado. O argumento da Amazon é garantir a eficiência na entrega do produto na porta do cliente, com custos mais competitivos e acompanhando todas as fases da operação.
.        A indagação da Maersk é sobre como será a relação  da Amazon com as companhias de navegação com esta mudança. O serviço marítimo da Amazon, na verdade, preocupa também a Ali Baba, a gigante chinesa de e-commerce, que também poderá ser atingida pela nova estratégia da empresa americana, justamente em um momento em que a companhia asiática se prepara para impulsionar suas exportaçóes.
            O mercado especula que a Ali Baba poderá firmar parceria com a Cosco, igualmente chinesa, garantindo e até aumentando sua eficiência nas operações voltadas especialmente para a União Europeia. O fato é que a Amazon poderá ser de fato uma ameaça às transportadoras marítimas, avaliou o CEO da A.P. Moller Maersk, Soren Skou, em entrevista à Bloomberg.
           "Se não fizermos nosso trabalho bem feito não há dúvida de que grandes e poderosas empresas como a Amazon analisarão a viabilidade de elas mesmas operarem esses serviços", disse o executivo da companhia dinamarquesa. Skou entende que não há nenhuma razão para pensar que Amazon ou outra gigante do comércio global possa criar empresas para transportar suas cargas, quem sabe até comprando alguma navegadora em crise.
          A divulgação da possibilidade de a Amazon entrar no mercado de transporte global provocou também a queda das ações da FedEx e da UPS, já que ela poderá manejar suas cargas em todas as etapas do processo atingindo a atividade das couriers. A Bloomberg projeta que em breve os vendedores deixarão de realizar reservas com a DHL, UPS ou FedEx fechando negócio diretamente com a Amazon que, ou criará ou se associará a uma grande operadora mundial, pelo menos até que ela própria domine o funcionamento do segmento e atinja o volume necessário par se tornar competitiva nesta área.

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