terça-feira, 20 de março de 2018

Estaleiro Atlântico Sul busca apoio político para tentar sobreviver

         Sem perspectiva de novas encomendas, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vai recorrer a instâncias políticas para tentar sobreviver. A direção do empreendimento vai participar de sessões da Câmara dos Deputados, em Brasília, para mostrar que, sem o apoio da Petrobras, pode fechar as portas em meados do próximo ano, deixando mais de 3,6 mil pessoas desempregadas em Pernambuco. E as reuniões já começam na próxima semana, devido à possibilidade de contratação de novos navios para exploração do Pré-Sal.
         O presidente do EAS, Harro Burmann explicou que, ao entregar uma nova plataforma de petróleo à Bacia de Santos no início do mês, a Petrobras deu sinais de que iria colocar mais unidades para a exploração do pré-sal nos próximos anos. Nada disso, no entanto, foi negociado com os estaleiros nacionais até então. Ao contrário, segundo Burmann, o texto inicial da licitação que vai contratar essas plataformas parece não priorizar a indústria naval brasileira. Por isso, o Estaleiro vai ao Congresso Nacional pedir que a Petrobras dê condições de competitividade aos estaleiros locais nesse negócio.
         “A Petrobras está para anunciar uma demanda fantástica de navios para o Pré-Sal. Há uma expectativa de demanda de 37 a 39 FPSO’s e de 15 navios aliviadores. E há uma licitação prevista para os próximos dias. Só que ela não especifica nada sobre conteúdo local ou bandeira brasileira. Ou seja, não nos dá chance de competir nas mesmas condições dos players internacionais, que não pagam imposto, têm aço subsidiado, mão de obra subsidiada e dinheiro mais barato para financiar a produção”, denunciou Burmann, sugerindo duas saídas para este problema: a exigência de 40% de conteúdo local ou a equalização de impostos nessa licitação. “Sem isso, o Brasil não vai ter chance de ter um navio nesse negócio. Seremos excluídos porque não teremos as mesmas condições de competição”, afirmou o presidente do EAS, dizendo que, nos termos atuais, a produção, a arrecadação e os empregos gerados pelos navios serão “exportados” para o exterior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário