O ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da estatal Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Wagner Rossi, e os principais
executivos de dois grandes grupos empresariais de logística de
transportes foram detidos hoje (29), em caráter temporário, no âmbito da
Operação Skala, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
Presidente
do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco foi detido em Monte Alegre do
Sul, no interior de São Paulo, e chegou à superintendência da PF em São
Paulo por volta de 11h. Já a empresária Celina Torrealba, uma das
proprietárias do Grupo Libra, foi detida em seu apartamento, no Rio de
Janeiro.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), vários
mandados de prisão temporária e de busca e apreensão estão sendo
cumpridos pela PF, a pedido da procuradora-geral da República, Raquel
Dodge. As medidas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Luís Roberto Barroso, relator do chamado Inquérito dos
Portos, que apura as suspeitas de que agentes públicos favoreceram
empresas do setor portuário com a publicação de um decreto assinado pelo
presidente Temer em maio do ano passado, o chamado Decreto dos Portos
(Decreto 9.048/2017).
Investigado no mesmo inquérito, o advogado José Yunes, ex-assessor do presidente Michel Temer também foi preso esta manhã.
Por
determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF restringiu a
divulgação de informações a respeito da operação. O MPF também informou
que, por se tratar de medidas cautelares, autorizadas para “embasar
investigações em curso”, não confirmaria os nomes de todos os
investigados alvos dos mandados.
Procurada pela reportagem, a
defesa de Rossi informou que o ex-ministro está aposentado há sete anos e
que não atuou mais profissionalmente na vida pública ou privada. “Nunca
mais participou de campanhas eleitorais ou teve relacionamentos
políticos. Nunca foi chamado a depor no caso mencionado. Portanto, são
abusivas as medidas tomadas. Apesar disso, Wagner Rossi está seguro de
que provará sua inocência”, informa a nota dos seus advogados.
Em
comunicado, a Rodrimar "esclarece que nunca pagou propina a nenhum
agente público e nunca autorizou que alguém o fizesse em seu nome". Em
relação ao Decreto dos Portos, a empresa disse que os dirigentes "atuaram,
sim, como representantes e parceiros das entidades setoriais no sentido
de ajudar a construir o texto de um decreto", "todas as empresas que atuam nos portos brasileiros participaram ativamente desses esforços" e que "o decreto não beneficiou nenhuma empresa".
Em
nota, o Grupo Libra informou que já está prestando todos os
esclarecimentos à Justiça, e que uma de suas acionistas já depôs à
Polícia Federal. Mais informações, conforme o grupo, serão dadas após
integral acesso aos documentos da investigação, o que, até o momento,
não foi disponibilizado aos advogados da empresa.
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