segunda-feira, 24 de abril de 2017

PAM do Porto de Santos planeja grande operação de evacuação simulada em bairro próximo do terminal até o final do ano

         Uma grande operação de evacuação deve ocorrer até o final do ano em uma área residencial próxima à região do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. O motivo não será nenhuma catástrofe, mas um simulado, que já está sendo planejado dentro do Plano de Ajuda Mútua (PAM) do complexo marítimo.
         As tratativas para a organização da ação estão sendo feitas entre a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos e coordenadora do PAM) e o Exército. “Eles têm expertise nesse tipo de evacuação de grande monta, com a população do entorno de áreas de grande risco, devido à experiência (com as usinas nucleares) de Angra dos Reis (RJ). Nossa intenção é fazer um grande simulado para evacuar um bairro próximo ao Porto”, afirmou o diretor presidente da Docas, José Alex Oliva.
         A ideia é que esse exercício seja implantado como parte do PAM. E será executado após a população do entorno selecionado receber informações sobre como deva agir em situações de emergência.
Antes, porém, uma outra simulação de emergência, de menor proporção, deve acontecer. Será, em junho, no terminal da operadora Granel Química, na Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos, na Margem Esquerda do complexo marítimo.
         O anúncio dessas simulações foi feito por Oliva na manhã de ontem, durante a reunião de apresentação do PAM aos terminais portuários e à comunidade, quando também ocorreu a nomeação dos coordenadores do plano.
         O próximo passo do grupo é definir as principais rotas de fuga e de acesso aos locais de emergências na área portuária, que deve ajudar o deslocamento das equipes de brigadistas durante as ocorrências. Essa determinação deve acontecer nos próximos dias.
         A retomada do curso de combate a incêndio em navios também fez parte da relação de anúncios da reunião de ontem. A capacitação, que deixou de ser realizada em 1998, está prevista para começar no início do próximo mês. Haverá aulas teóricas – para todos os integrantes do PAM – e práticas – que devem reforçar os procedimentos de emergência para um grupo de bombeiros.
         Outro ponto apresentado foi o Sistema de Gestão Integrado de Prevenção, Preparação e Reposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos na Baixada Santista, criado pelo Governo do Estado na semana passada.
         “Em menos de um ano e meio tivemos três eventos que colocam a região em um cenário de risco. Desde agosto, a Defesa Civil estadual começou a trabalhar para melhorar a resposta aos acidentes na Baixada Santista”, explicou o tenente coronel Eduardo Nocetti Holms, do 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros.
         Para o promotor do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, Daury de Paula Júnior, que esteve presente na reunião, o reforço nas medidas de segurança são fundamentais. “Esses eventos precisam ter a menor duração possível. Quanto mais demorado é o combate, quanto menos eficaz é a ação, maiores serão os danos. E não apenas para a sociedade, mas também para a economia, já que estes incidentes paralisam as atividades no Porto”, avalia.
         Com o objetivo de ajudar o PAM, o promotor garantiu ao público, que lotou o auditório da Codesp, que está tentando converter os valores de possíveis indenizações do incêndio da Ultracargo em equipamentos para a Brigada de Incêndio da Codesp e para o Corpo de Bombeiros.

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