O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou de
investimentos, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), apresentou alta de 3,4% em fevereiro, em relação ao mês
anterior, na série com ajuste sazonal. O resultado amenizou a queda
acumulada nos últimos 12 meses, que passou de 9% para 7,9%.
Técnico
de Planejamento e Pesquisa do Ipea, o economista Leonardo Mello de
Carvalho considerou a diminuição do ritmo de queda positiva, porque a
recessão vem caindo. “A gente consegue ver isso também na comparação em
12 meses.”
Em relação a fevereiro de 2016, o indicador mostrou
retração de 1%. Carvalho destacou que o resultado de fevereiro não
altera muito o cenário de investimentos que o Ipea vem analisando. “A
gente ainda vê o cenário para investimentos com instabilidade. É
possível que meses apresentem crescimento, [outros] meses, queda, porque
a gente ainda não vê condições para uma recuperação mais sólida ou uma
tendência efetiva de recuperação”.
Segundo o economista, a alta
de 3,4% pode ser explicada, em grande parte, pela produção doméstica,
que cresceu 7,2% em fevereiro. O cálculo de consumo aparente é baseado
na produção doméstica, acrescido das importações e tirando as
exportações. Como houve, em fevereiro, estabilidade nas importações
(alta de 0,1%), e as exportações cresceram 15,4% na margem, o bom
resultado mensal do indicador foi baseado no aumento da produção
doméstica de bens de capital, ressaltou Carvalho.
O
pesquisador do Ipea avaliou que o cenário de investimentos no Brasil
ainda continua condicionado a questões que envolvem o bom andamento das
reformas. “Se o andamento das reformas continuar com desempenho a
contento, a gente espera que as expectativas continuem melhorando, e
isso vai acabar impactando de maneira mais forte também nas decisões de
investimento“.
Carvalho acrescentou que, com a melhora do mercado
de trabalho, ao longo deste ano, talvez de maneira mais clara no
segundo semestre, será mais perceptível qual a trajetória de
investimento. “No momento, a nossa análise ainda é de cenário de
instabilidade”, destacou.
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