sexta-feira, 21 de abril de 2017

Condições climáticas desfavoráveis prejudicam escoamento da soja pelo Porto de Rio Grande

         A paralisação imposta a navios carregados com soja no porto de Rio Grande pela falta de dragagem de manutenção está provocando efeitos colaterais até nas lavouras gaúchas. Produtores estão reduzindo o ritmo das colheitas porque os caminhões não estão mais sendo carregados.
         Desde a quarta-feira, cinco embarcações estão paradas nos terminais de grãos. Condições climáticas desfavoráveis (vento soprando na direção nordeste) fizeram o nível do canal baixar. Sem a dragagem, os graneleiros não conseguem sair. É um cais logístico que começa a se intensificar justamente no meio da supersafra.
         A dragagem tem um custo estimado de R$ 368 milhões e estava prevista para abril do ano passado. A Superintendência do Porto de Rio Grande aguarda recursos do governo federal - a sinalização é que será liberados entre julho e agosto. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação esclarece, contudo, que está analisando a disponibilidade orçamentária para execução das obras da pasta.
         Com a manutenção, a profundidade ficará em 16 metros na parte interna e 18 metros na externa. Atualmente, oficialmente, é de 14 metros. Mas essa altura ficou comprometida pelo assoreamento.
         A Superintendência recolhe dos navios taxa de utilização no valor de R$ 1,86 por tonelada. A receita do porto que, no ano passado, somou cerca de R$ 120 milhões, não seria, no entanto, suficiente, segundo o diretor técnico do Porto e responsável pela realização da dragagem, Darci Tartari.
         Uma solução para a autoridade portuária seria reduzir o calado. Mas é uma medida muito radical. A medida diminuiria o volume de cargas nos navios, encarecendo o frete e baixando o preço ao produtor. Por enquanto, resta esperar por melhores condições climáticas. O escoamento da supersafra do Rio Grande do Sul depende agora de ventos favoráveis.

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