domingo, 9 de abril de 2017

Exportadores do noroeste europeu enfrentam problemas por causa da reestruturação das alianças entre armadores

          As exportações do noroeste da Europa enfrentam problemas por causa da quebra da sul-coreana Hanjin e da reestruturação entre as companhias de navegação. Segundo informações de publicações especializadas, os atrasos no transporte vêm ocorrendo com mais ênfase nas rotas para o Oriente Médio e para a Ásia. 
        A demora nas linhas para o continente asiático partindo do noroeste europeu tem chegado até seis semanas, de acordo com o gerente de exportação da Agristo, uma das empresas afetadas com a situação, John Heylen. O executivo indagou sobre quem pagará os custos adionais verificados por estes atrasos. 
        Uma das causas apontadas seriam os preços mais altos para o envio de contêineres. O problema inclusive começou a ser investigado junto aos grandes armadores globais pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.  O órgão iniciou a investigação a partir da suspeita de acordos ilegais de preços praticados pelas companhias, por meio de suas participações nas alianças.
         O representante da Maersk Line, Marko Mihajic, ressalvou que as alianças permitem que as linhas otimizem as redes e se beneficiem das economias de escala obtidas. Ele explicou que potencialmente as alianças possibilitam a um só membro comercializar serviços competitivos que são a atrativos para os clientes: mais portos e serviços diretos, melhor cobertura e maior frequência.
            No entanto, a estrutura das alianças tem mudado nos últimos tempos. das quatro alianças ativas até o ano passado, sobreviveram três em 2017: 2M, The Aliance e Ocean Alliance. Os três conglomerados anunciaram novos horários a partir deste mês. Coincidentemente, houve um aumento dos prelos das tarifas de transporte de contêineres nas rotas entre Europa e Ásia, mesmo que, nos últimos anos, as companhias de navegação venham enfrentando um excesso de capacidade e mantendo preços historicamente baixos.
           "A indústria (da navegação) está experimentando mudanças, temos acompanhado consolidações recentes e trocas nas alianças que, em geral, beneficiam o cliente", ressalvou Mihajic. Entretanto, ele admitiu que a curto prazo estas alterações podem prejudicar o mercado, até que ocorra uma estabilização. É que, quando uma linha de contêineres se move de uma aliança para outra, precisam de um tempo para rever suas redes. Com isto, os valores podem variar.
         Em relação à 2M, ressaltou que durante mais de dois anos ela permaneceu estável, sendo a única aliança que sofreu grandes mudanças este ano. Ele adiantou que a Maersk focará na busca de um equilíbrio entre a demanda e a oferta. "Este é um requisito para seguir sendo líder em tarifas e ser capaz de proporcionar e desenvolver serviços competivios", concluiu o executivo da gigante dinamarquesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário