sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Ministro José Serra confirma suspensão da Venezuela do Mercosul

         O ministro das Relações Exteriores, José Serra, confirmou nesta sexta-feira (2) a suspensão da Venezuela do Mercosul. Ele disse que o país tinha sido advertido quanto a essa possibilidade. "Já tinha sido anunciado [que a Venezuela seria suspensa do bloco econômico] se não cumprisse certos requisitos e foi", explicou, mas evitando comentar ou dar detalhes sobre o assunto. O ministro participou do lançamento da campanha contra a dengue em uma escola na zona oeste de São Paulo.
         A decisão sobre a Venezuela está relacionada ao vencimento do último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse suas obrigações de adesão ao Mercosul. Os chanceleres dos países fundadores bloco - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - elaboraram um comunicado no qual explicam que a Venezuela não cumpriu seus acordos.
         A marginalização da Venezuela se desenhava desde que os demais sócios bloquearam, em julho passado, o acesso do país à presidência semestral do bloco. Em setembro, os quatro países fundadores decidiram ocupar o posto de forma colegiada e intimaram o governo do presidente Nicolás Maduro a adotar até 1º de dezembro todos os compromissos de adesão. Entre eles, a livre circulação de mercadorias entre os países do Mercosul e a cláusula democrática.
        Na última terça-feira (29), a Venezuela se declarou disposta a aderir a um dos acordos comerciais pendentes - aquele relacionado às tarifas comuns e à livre circulação de bens. "Finalizadas as revisões técnicas, a Venezuela se encontra em condições de aderir ao Acordo de Complementação Econômica", afirmou a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, em uma carta dirigida aos governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
         Serra disse ainda que o Brasil está acompanhando as investigações do acidente aéreo que matou delegação da Chapecoense e jornalistas que viajavam a Medellín para a final da Copa Sul-Americana. "É muito importante para evitar que no futuro tragédias como essa se repitam", ressaltou. O governo brasileiro está, de acordo com o ministro, fazendo todos os esforços necessários de modo a prestar atendimento aos quatro brasileiros sobreviventes do desastre.
         "Mandamos para lá de tudo, inclusive Força Aérea. Mas a verdade é que os colombianos estão preparadíssimos para isso. A gente fez mais foi acompanhar, providenciar todas as condições de transporte e acompanhamento daqueles que ficaram hospitalizados", acrescentou.
         Para o chanceler, a solidariedade do povo colombiano, que inclusive homenageou as vítimas em uma cerimônia no estádio do Atlético Nacional, em Medelin, na noite em que o time deveria enfrentar o Chapecoense, aproximou os dois países. "Realmente nos aproximamos muito da Colômbia. Já éramos países amigos, mas agora vamos ser muito mais. Foram muito humanos, muito generosos", finalizou.

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