quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Governo de Pernambuco autoriza Suape a vender terrenos para empresas se instalarem no complexo portuário e industrial

         O governo de Pernambuco autorizou Suape a vender imóveis com desconto às empresas interessadas em se instalar no complexo. A medida vai permitir atrair empresas-âncoras e fazer caixa em plena crise. Publicada no último dia 30, a lei terá caráter transitório e vai vigorar por um período de dois anos. Nos anos de bonança econômica, a diretoria de Suape doou terrenos para atrair grandes empreendimentos como Refinaria Abreu e Lima e Mossi & Ghisolfi (M&G).
         Pela nova regulamentação, o desconto será concedido sobre o valor do imóvel dependendo de alguns condicionantes. “O desconto pode chegar a até 70% do valor do imóvel, levando em consideração o investimento, a quantidade de empregos gerados e se a empresa terá movimentação no porto”, explica o Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente de Suape, Thiago Norões.
         Os terrenos serão vendidos a preço de mercado, mas as empresas se beneficiarão do desconto. A primeira empresa a receber incentivo da nova regra foi a indústria farmacêutica Aché, que vai investir R$ 500 milhões na construção de uma fábrica para produzir comprimidos em Suape. A unidade vai ocupar uma área de 250 mil metros quadrados e vai iniciar a operação em 2021. Quando estiver em pleno funcionamento, a planta vai gerar 500 empregos.
         Norões adianta que o porto está em negociação com outras empresas e é preciso lembrar que a lei tem validade de dois anos. “Suape é um patrimônio imobiliário do Estado. A ideia é vender os terrenos a empresas com papel estratégico e que agreguem valor à cadeia produtivo. Uma indústria petroquímica, por exemplo, interessa para somar ao polo da PetroquímicaSuape”, destaca. O interesse é estruturar e adensar as cadeias produtivas, independente do porte da empresa.
         Outras indústrias com caráter menos estratégico devem se instalar no Território Estratégico de Suape, integrado por distritos industriais nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Escada, Sirinhaém, Ribeirão e Rio Formoso. A diretoria de Suape entendeu que o patrimônio imobiliário é finito e decidiu vender ao invés de doar ou arrendar os terrenos, como acontecia em anos anteriores.
         A crise também contribuiu para a decisão pela venda de terrenos em Suape. Com três anos seguidos de queda no PIB, o momento não é adequado para abrir mão de receita. A diretoria de Suape ainda não estimou quanto poderá trazer para o caixa com a venda das áreas. “Mas esse não é o principal objetivo. A intenção é trazer empresas-âncoras que agreguem valor ao porto”, conclui Norões.

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