domingo, 4 de dezembro de 2016

Contribuição do comércio exterior para a economia brasileira recua em outubro

         A contribuição positiva do setor externo para a economia, que ocorre desde 2015, continuou perdendo ímpeto em outubro. Quando se olham os dados da balança comercial por volume, na comparação com o mesmo mês do ano passado, as exportações recuaram 17% e as importações, 0,8%, conforme o Indicador Mensal da Balança Comercial, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
         O resultado é mais um indício de que o PIB brasileiro deve decepcionar no quarto trimestre. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Na balança comercial, entram somente bens e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.
         No acumulado do ano, o volume exportado aumentou 6,4% até outubro e as importações caíram 5%, sinalizando ainda para uma contribuição positiva para o PIB. No terceiro trimestre, entretanto, essa contribuição já tinha reduzido o ritmo. Conforme os dados do PIB divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, as exportações de bens e serviços aumentaram 0,2%, enquanto as importações recuaram 6,8%, em relação ao terceiro trimestre de 2015. Só que no segundo trimestre, no mesmo tipo de comparação, as exportações subiram 4,0%, enquanto as importações caíram 10,4%.
         "O impacto positivo do setor externo está arrefecendo e vai arrefecer ainda mais", disse Lia Valls, pesquisadora da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV. "No fundo, o País ajustou o setor externo porque teve recessão", completou. A avaliação de que o impacto positivo do setor externo será menor em 2017 se deve a um quadro em que, mesmo com a recessão continuando, a variação do PIB será melhor do que a deste ano. Assim, as importações não deverão cair tanto. Por outro lado, as exportações dificilmente terão impulso.

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