terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Comitiva gaúcha reivindica à diretoria da Petrobras a manutenção do Polo Naval do Rio Grande do Sul



            O presidente da Petrobras, Pedro Parente (foto), recebeu uma comitiva do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira para tratar da situação do Estaleiro Rio Grande, no Sul do Estado, que, por falta de novas encomendas da estatal, demitiu mais de três mil empregados. A reunião aconteceu na sede da companhia, no Rio de Janeiro. Na oportunidade, os gaúchos reivindicaram a continuidade do Polo Naval do Estado.
         O superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, participou do  encontro, representando o governador José Ivo Sartori. do Estado no encontro com o Presidente da Petrobras, Pedro Parente. Ele estava acompanhado de autoridades da cidade de Rio Grande.
          “Fomos muito bem recebidos pela direção da Petrobras, mas o assunto é extremamente sério e delicado para a Cidade e o Estado”, avaliou Branco. Participaram da comitiva além de Branco, o vereador Julio Cesar Pereira Silva representando a Câmara de Vereadores, o vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande Danilo Giroldo, assessor especial da Casa Civil da Presidência da República Eduardo Krause e o prefeito de Rio Grande Alexandre Lindenmeyer. “Foi-nos relatada a situação da indústria naval brasileira e a realidade encontrada na Petrobras que foi muito abalada pelos casos de corrupção conhecidos por todos”, relatou Branco.
            Parente explicou as atitudes tomadas para garantir o pagamento dos trabalhadores da Ecovix – Engevix Construções Oceânicas. “A Petrobras garantiu o pagamento da rescisão aos trabalhadores criando uma conta conjunta e depositando valores para esse fim especifico”, salientou Branco. Além disso, a Petrobras irá garantir a manutenção do Estaleiro Rio Grande pelo período de um ano com cerca de 300 funcionários que seria o tempo necessário para que os acionistas do empreendimento busquem novos parceiros, clientes e investidores.
          “A situação financeira da Petrobras também não é favorável a investimentos de alto risco e, segundo informações repassadas pela direção da estatal, estão sendo realizados contratos de leasing para novas plataformas”, conclui Branco. A direção da Petrobras reafirma a importância do Estaleiro Rio Grande para o país visto possuir um dos maiores diques-secos do mundo. Por fim, o vereador Julio Cesar solicitou a empresa que mantivesse uma pessoa como elo com as autoridades municipais. “Eles designaram um dos diretores presentes para que possamos estar mais próximos da direção da empresa, com um canal de diálogo rápido e permanente”, ressaltou Cesar.
                                                                     Dificuldades
          O Polo Naval de Rio Grande foi criado em 2005 com a instalação da empresa QUIP (atual QGI) para a construção dos módulos da plataforma P-53. Desde o inicio, o complexo de indústria naval esteve dentro da área do Porto Organizado do Rio Grande. Após a chegada da QUIP, deu-se inicio ao processo de construção do Estaleiro Rio Grande que pertencia ao grupo WTorre.
       O Estaleiro passou a ser administrado posteriormente pela Engevix Construções Oceânicas conquistando um contrato para a construção de oito cascos de plataformas. Em dezembro deste ano foi realizada a entrega da terceira encomenda à Petrobras e após, o anúncio do encerramento do contrato e demissão de mais de três mil funcionários. Nesta semana foi aceito pela Justiça o pedido de recuperação judicial da empresa.

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