quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Implantação de gates automatizados permitirá acompanhamento das cargas das zonas produtoras aos terminais de Santos

         Os futuros gates (portões) de acesso ao Porto de Santos, que serão instalados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) na entrada da cidade, devem estar preparados para lidar com caminhões que cheguem fora do horário agendado ou com problemas de documentação. O alerta é do vice-presidente do Ergos Group, Maxwell Rodrigues, responsável por implantar um projeto semelhante no Porto de Vitória (ES). 
          Para o executivo, a localização dos gates deve levar em consideração a reforma do sistema viário na entrada de Santos, a ser realizada pela Prefeitura, pelo Governo do Estado e pela União. O empreendimento garantirá novos acessos ao cais santista – hoje, há apenas um.

         A implantação dos novos gates, que vão permitir o acesso automatizado dos caminhões às duas margens do Porto, integra a próxima fase do programa Cadeia Logística Portuária Inteligente (Portolog), do Governo Federal, na região. Atualmente, a Docas planeja abrir uma licitação para a contratação do projeto-executivo dessa etapa.
         O Portolog permitirá o acompanhamento das cargas das zonas produtoras, no Interior de São Paulo e em outros estados, até os terminais marítimos. Ele é implantado em etapas. Além de áreas públicas do Porto, terminais e pátios, o programa cobre os corredores rodoviários do País. Para tanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) participam da iniciativa.
         Segundo informações iniciais, a ideia é que o sistema a ser instalado no Porto seja integrado aos programas de agendamento dos pátios reguladores e o das câmeras da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI). As imagens das câmeras de vigilância da Docas, espalhadas na área portuária, também farão parte do programa. 
         Para Rodrigues, o gerenciamento adequado das exceções nos gates – que inclui a chegada de veículos não motivados ou com divergências – é fundamental para evitar problemas na cadeia logística. 
“E surgem as perguntas: como tratar aquele caminhão sem a devida motivação? Como tratar o caminhão fora de agendamento previsto? Como tratar caminhões com divergência documental? Como tratar caminhões com informações conflitantes? Além destes pontos, o importante é saber o que fazer e como fazer, destinando estes veículos ao local adequado para que estas divergências sejam tratadas e sanadas para não comprometer a inteligência do processo daqueles que possuem 100% de exatidão da informação fornecida pelo sistema”, explicou o executivo.
         A Codesp ainda não definiu como fará essa gestão e nem o edital da licitação da próxima fase de implantação do Portolog, gerando dúvidas no setor. “A comunidade portuária fica um pouco confusa quando esses anúncios não são feitos e quando esse planejamento não é evidenciado. Quando a gente fala da integração de terminais através de sistemas e com o sistema desenvolvido pela Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), nós não sabemos se é uma via de duas mãos porque o bloqueio vai ser feito no gate do terminal. E não necessariamente em um gate público, como deveria ser feito, uma vez que a obrigatoriedade de fiscalização é da Codesp”, destacou Rodrigues.

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