segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Polo naval gaúcho sofre as consequências da Operação Lava-Jato
Os estaleiros do
polo naval de Rio Grande e São José do Norte (RS), que têm contratos bilionários
com a Petrobras para a construção de plataformas, sentem os
reflexos da crise envolvendo a estatal. As dificuldades passam pela
liberação de verba, o pagamento de fornecedores e a contratação de
pessoal. Passadas as festas de final de ano, janeiro deveria marcar a retomada plena das atividades na indústria naval no Rio Grande do Sul, contudo, os desdobramentos da operação Lava-Jato seguem prejudicando as obras e aumentando as preocupações a curto prazo no estado. O caso mais grave envolve o do Estaleiro Honório Bicalho, da QGI, em Rio Grande. Desde 2005, quatro plataformas
foram concluídas na planta, que responde pela construção e integração
de módulos. Nos últimos tempos, no entanto, reina no local é
expectativa, já que o estaleiro enfrenta um período de "entressafra" que
dura mais de um ano. Em setembro de 2013, quando estava prestes a
entregar a P-58, a QGI assinou contrato para a construção da P-75 e da
P-77. De lá para cá, milhares de trabalhadores foram demitidos e o
reinício das obras é seguidamente adiado. O primeiro ano após a assinatura de um
contrato para a construção de uma plataforma é dedicado à
preparação do projeto, a busca de soluções de engenharia, adequação
do canteiro e compra de material. Assim, as
contratações de pessoal e o pontapé inicial nas obras, que estavam previstos
para o último trimestre de 2014, não têm prazo para efetivamente iniciar. "Já
devia ter começado, mas a Petrobras tem que emitir a ordem de serviço e
fazer os primeiros pagamentos", disse uma fonte ligada ao segmento.
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