quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Ministério Público Federal adverte que não há indicativos de que esquema criminoso na Petrobras acabou
O Ministério Público Federal do Paraná advertiu, na representação em que
pediu a prisão do ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que "não há
indicativos de que o esquema criminoso envolvendo a estatal foi estancado". No
documento, a Procuradoria se referiu a pagamentos de propina a antigos
diretores, cujo parcelamento foi acertado no passado, e não apresenta
provas contra os atuais diretores e gestores da Petrobras. Mas ressalvou
que "não se tem provas de que o esquema foi estancado". Ao justificar a prisão de Cerveró, o Ministério Público Federal comparou sua
situação à do ex-diretor da área de Abastecimento, Paulo Roberto Costa,
que fez acordo de delação premiada. "Paulo Roberto recebeu
pagamentos de 'propina' mesmo em 2014, pois as empresas pagam ao longo
da execução de contratos e não raro atrasam pagamentos, conforme se
apurou", argumentou a Procuradoria. "Se Costa
continuou recebendo propina - e muita - até 2014, mesmo tendo deixado a
diretoria em 2012, é razoável inferir, num juízo de probabilidade, que
Cerveró esteja em posição semelhante, o que está sob investigação", relacionou a representação. O
pedido de prisão também citou o valor de US$ 53 milhões como o da
propina que teria sido paga a Cerveró, ao lobista Fernando Baiano e ao
consultor Júlio Camargo. A Procuradoria chegou a comparar Cerveró e personalidades como o ex-diretor do Banco do Brasil
Henrique Pizzolato, condenado pelo mensalão que fugiu para a Itália,
para justificar que não bastaria a entrega do passaporte de Cerveró, e
com o deputado Paulo Maluf (PP-SP), para dizer que Cerveró deve manter
seu dinheiro escondido no exterior em contas registradas em nome de
empresas de fachada. "Sabe-se que o dinheiro não está com
Cerveró, porque não está em suas contas no Brasil. Se fosse mantido sob
seu nome, no exterior, provavelmente bancos e países já teriam
comunicado. Como no caso de Paulo Roberto Costa, Paulo Maluf, Nicolau
dos Santos Neto e tantos outros, o provável é que o dinheiro esteja sob o
nome de empresas de fachada - offshores - no exterior, cujos
proprietários beneficiários serão ele mesmo e parentes seus", escreveu a
Procuradoria. As principais evidências apontadas contra Cerveró
para justificar o pedido são as transferências de imóveis para os filhos
e a tentativa de transferência de recursos para sua filha, por meio de
uma operação na qual ele perderia R$ 100 mil e, ainda assim, concordou
em efetuar.
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