segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Anúncio de Padilha de que pista do Aeroporto de Porto Alegre não será ampliada frustra expectativa de exportadores do Sul

O anúncio do ministro da aviação civil, Eliseu Padilha, de que não há necessidade de ampliar a pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), jogou um balde de água fria na expectativa dos exportadores gaúchos de contar com um terminal em condições de escoar a produção local, sem precisar recorrer a aeroportos de Curitiba e São Paulo, provocando perdas de divisas para os cofres estaduais. Curiosamente, o aumento em 1 quilômetro da pista, permitindo a operação de aviões cargueiros havia sido prometida no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o atual titular da SAC era o ministro dos transportes. A espera completou vinte anos e o desfecho desagradou os segmentos produtivos do Rio Grande do Sul. Segundo Padilha, a demanda regional não é suficiente para justificar a obra. Lideranças do estado, no entanto, consideraram a posição um retrocesso e alegam que com uma pista maior naturalmente as cargas surgiriam trazendo um impacto positivo para a economia gaúcha. A tendência é de que sejam aplicados recursos em outras melhorias, como no terminal de passageiros e no novo TECA (Terminal de Cargas Aéreas).  A perspectiva de uma pista mais extensa agora fica atrelada àconstrução do Aeroporto 20 de Setembro, em Dois Irmãos, a cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre, um projeto de longo prazo. A obra não seria concluída em menos de vinte anos, mesmo que seja realizada e administrada pela iniciativa privada, desejo do governo federal. O consultor Nelson Riet, integrante da Comissão Pró-Aeroporto 20 de Setembro, disse que "não vale a pena gastar dinheiro em um aeroporto (o atual) que ficará limitado em curto espaço de tempo". Já o professor de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, Elones Ribeiro (também membro da Comissão), discorda. "Um novo terminal é importante, mas não pode aposentar o aumento da pista que, além de permitir receber e enviar cargas mais pesadas, tornará os voos mais seguros."

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