quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

André Gerdau nega envolvimento em atos de corrupção em depoimento à Polícia Federal

         O presidente do grupo Gerdau, André Gerdau, negou envolvimento em atos de corrupção investigados na operação Zelotes, em depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (25), segundo a defesa do empresário.
        O criminalista Arnaldo Malheiros, advogado de Gerdau, disse que o empresário "esclareceu que a empresa não sonegou nada, apenas recebeu autos de infração e recorreu na forma da lei (ao Carf). E não teve êxito nenhum até agora".
         Gerdau foi à superintendência da PF em São Paulo acompanhado de seus advogados em cumprimento a um mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça na sexta fase da operação Zelotes. O depoimento durou cerca de 45 minutos e Gerdau não respondeu às perguntas dos jornalistas ao deixar o prédio da PF em São Paulo.
         Malheiros disse que a Gerdau não apurou internamente nenhum indício de que os advogados que ela contratou para atuar no Carf estivessem envolvidos em atos de corrupção. "Ele não contratou ninguém para corromper ninguém. Contratou consultorias para auxiliar na exposição dos argumentos, dos fatos, era uma causa de valor muito grande. A linha da empresa foi a de se cercar da melhor assessoria possível", disse o defensor.
         De acordo com o criminalista, "foram feitas perguntas sobre a organização interna do Carf, e a respeito disso ele (Gerdau) não tem qualquer conhecimento".
          Em nota, o grupo Gerdau informou que "está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal" e que, "com base em seus preceitos éticos, a Gerdau não concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que possa ter ocorrido com esse fim".
         A nota esclareceu "que a empresa possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos e reafirmou que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados".
         Além das ilegalidades no Carf, a Zelotes investiga pagamento de propina para a compra de medidas provisórias que interessavam à indústria automotiva. Uma ação penal relacionada a esses crimes corre em Brasília. Dois suspeitos, presos por participação no esquema, depuseram nesta quinta: o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, e o ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. Eles ficaram em silêncio.

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