sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Cargill examina possibilidade de ter mais terminais portuários no Brasil


         O diretor de portos da Cargill no Brasil, Clythio Buggenhout, afirmou nesta quinta-feira que um dos maiores desafios da empresa atualmente no país é responder ou aproveitar as oportunidades que estão sendo oferecidas na área de logística e acenou com a intenção de ter mais terminais portuários no Brasil. Hoje, a múlti tem sete instalações, operacionais ou em projeto.
         "Estamos com sete terminais no Brasil, talvez passe a ser oito, nove", afirmou o executivo ontem, em evento sobre os desafios do setor portuário realizado pela revista "Carta Capital" em São Paulo.
         A Cargill é uma das empresas que olham com atenção as áreas que serão arrendadas nos portos do Pará. Serão seis licitações, sendo cinco para movimentação de grãos e uma para fertilizantes. O leilão ocorrerá no dia 31 de março, na BM&FBovespa. Vence a empresa que oferecer o maior valor de outorga para o governo.
         Buggenhout não revelou se a Cargill entrará em alguma licitação especificamente nem se fará isso individualmente ou em parceria.         O lote de Vila do Conde que será licitado para grãos entrou no programa de arrendamentos federal por sugestão da Cargill, em 2013. Já a licitação de uma área para grãos no porto de Santarém não deve atrair proposta da trading, que já tem um arrendamento nesse porto.
          As outras três áreas para granéis vegetais serão licitadas em Outeiro e têm uma capacidade de movimentação menor em relação às demais.
         Em dezembro de 2015, a Cargill arrematou, em parceria com a Louis Dreyfus Commodities, uma área para um novo terminal de grãos no porto de Santos, em São Paulo. O consórcio ofertou o maior valor de outorga, R$ 303 milhões. A Agrovia, que disputava o lote, ofereceu R$ 5 milhões.
         De acordo com Buggenhout, o agronegócio vive um momento de expansão e deve investir em novas saídas logísticas. Há dez anos, por exemplo, o Brasil exportava 40 milhões de toneladas de grãos, volume que atualmente chega a 100 milhões de toneladas - o ano de 2015 fechou com 98 milhões de toneladas exportadas. "A demanda está aí, existe".
         E não é só o Brasil que vem recebendo atenção da multinacional nessa frente. Ontem, a Cargill anunciou que vai investir US$ 100 milhões em instalações portuárias na Ucrânia, outro país emergente produtor de grãos no qual a companhia planeja crescer.

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