sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

CNI pede revisão do acordo com o Chile sobre navegação marítima para reduzir custos do transporte

         A CNI (Confederação Nacional da Indústria), durante a visita oficial da presidente Dilma Rousseff a sua colega Michele Bachelet, no Palácio de La Moneda, em Santiago, nesta sexta-feira, defendeu que os governos do Brasil e do Chile revisem o convênio sobre transporte marítimo. A entidade sugeriu que seja estabelecido um cronograma para abrir o mercado de frete marítimo. O acordo de 1974 prevê reserva de rotas de transporte para navios chilenos e brasileiros no comércio entre os dois países.
         Atualmente, do total de produtos brasileiros exportados para o Chile, 54,4% usam o modal marítimo e 69,2% das importações de mercadorias chilenas chegam ao Brasil pelo mesmo modal. "A maior parte do comércio com o Chile ocorre pela via marítima. As regras atuais inibem a concorrência e não favorecem a integração econômica nem a formação de cadeias globais de valor. Esse  convênio precisa ser atualizado para que os exportadores tenham condições mais competitivas", disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
         Na prática, um navio chinês, por exemplo,com destino ao porto de Valparaíso (foto), não pode carregar mercadorias para o terminal chileno, mesmo que passe antes pelo porto de Santos, no Brasil. Essa limitação torna o frete mais caro e mais demorado. A rota entre Brasil e Peru, que tem uma distância maior que a rota entre Brasil e Chile chega a ser 42% mais barata por não estar sujeita a reserva de mercado. Além da elevação dos custos, o sistema criado pelo acordo resulta em longos prazos de entrega das mercadorias, que podem passar de 30 dias.
         O acordo marítimo prevê que, em alguns casos, quando não houver armadores disponíveis de bandeiras brasileiras ou chilenas, as empresas poderão solicitar autorização prévia para utilizar os serviços de outras bandeiras, preferencialmente dos países da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração). No entanto, essa exceção tem que ser autorizada pelo governo, o que acarreta mais uma burocracia nos processos de comércio exterior.

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