sábado, 20 de fevereiro de 2016

Navio com peças para a construção de duas plataformas, vindo da Coréia do Sul, chega nesse domingo a Rio Grande e reanima o polo naval gaúcho

         A definição do acordo entre a Petrobras e a QGI depois de um longo impasse envolvendo a construção das plataformas P7-5 e P-77 no Rio Grande do Sul está rendendo o primeiro resultado positivo, que deve marcar a retomada do polo naval gaúcho. Chega neste domingo ao Porto de Rio Grande  um navio da Coréia do Sul com peças para os módulos e contêineres com acessórios. Apenas um dos equipamentos pesa 712 toneladas.
         A chegada da encomenda é emblemática da montagem das plataformas da Petrobras no polo do Sul do Estado, após a tensão entre as duas companhias que levou a QGI a ameaçar romper o contrato no início do ano passado. O consórcio pedia um aditivo devido ao aumento dos custos, mas a estatal, endividada e sem dinheiro em caixa, resistia em renegociar os termos.
         Originalmente, o valor do contrato era de US$ 1,6 bilhão, contudo fontes que acompanharam as tratativas revelaram que a QGI, controlada pela Queiróz Galvão, pedia 8% a mais. As duas partes, finalmente, cederam um pouco, possibilitando o acerto.
         Mais embarcações com peças e partes deverão chegar nos próximos meses. Com isso, a expectativa na região é de que as contratações sejam retomadas em abril. A P-75 será a primeira que começará a ser construída, mas em um determinado momento do cronograma, as duas plataformas estarão simultaneamente no estaleiro, proporcionando a colocação de cerca de 2 mil pessoas no canteiro de obras.
         A previsão é de que as duas plataformas estejam prontas em 2018. Contudo, não serão totalmente produzidas no Rio Grande do Sul por causa da pressa e da busca por economia pela estatal. A maior parte dos módulos da P-75 será feita na China, enquanto que a P-77 será quase toda montada em Rio Grande.
         A pergunta que fica, depois deste acerto, é como ficará o polo naval local depois da entrega das encomendas. A mesma indagação vale para outros estaleiros, como o EBR, em São José do Norte, do outro lado da barra de Rio Grande, que conta somente com a construção dos módulos da P-74.

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