segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Bolsas chinesas encerram pregão desta segunda-feira com perdas ante fraqueza do yuan e decepção com o G-20

         As bolsas chinesas encerraram o pregão desta segunda-feira (29) com perdas robustas, em meio à continuidade da fraqueza do yuan e a decepção com a falta de novidades na reunião de cúpula do G-20. O Xangai Composto, principal índice acionário da China, caiu 2,9% hoje, a 2.687,98 pontos, depois de chegar a recuar 4,6% durante a sessão e atingir nova mínima em 2016, igualando o nível visto pela última vez em dezembro de 2014. Em Shenzhen, onde fica um mercado de menor abrangência, o índice local teve baixa ainda mais expressiva, de 5,4%, a 1.643,35 pontos.
         O mau humor se instalou nos mercados chineses após o banco central do país (PBoC) orientar sua taxa de paridade diária, que baliza os negócios no câmbio, ao menor nível desde 3 de fevereiro. O PBoC estabeleceu a taxa desta segunda em 6,5452 yuans por dólar, ante 6,5338 yuans/dólar na sexta-feira, representando o maior ajuste para baixo em um único para a divisa chinesa em sete semanas. Além disso, o ajuste negativo de hoje foi o quinto consecutivo.
        Na sexta, no primeiro dia do encontro das 20 maiores economias do mundo - que formam o G-20 - em Xangai, o presidente do PBoC, Zhou Xiaochuan, havia declarado que "não há base para a persistente depreciação" do yuan. Na mesma ocasião, Xiaochuan afirmou que há espaço para mais relaxamento monetário, gerando especulação de que Pequim (foto) poderia adotar novas medidas de estímulos no fim de semana, o que não se concretizou. Também foram frustradas apostas de que o G-20 poderia adotar alguma espécie de iniciativa coordenada durante a reunião, que se encerrou no sábado, diante dos sinais de desaceleração da economia global.
         "Os investidores se decepcionaram com a falta de boas notícias do G-20, e o yuan voltou a se enfraquecer", comentou o economista-chefe para a China da Reorient Financial Markets, Steve Wang. Para Wang, existe também um movimento de saída de recursos das bolsas para imóveis, uma vez que os preços de moradias nas grandes cidades chinesas continuam a subir. "Uma perspectiva econômica nebulosa levou algumas pessoas a vender ações e comprar residências, e muitas ações continuam sobrevalorizadas."
         Analistas dizem ainda que pode estar ocorrendo realização de lucros antes do Congresso Nacional do Povo, reunião prevista para março durante a qual Pequim vai estabelecer sua agenda econômica e a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016, e citam um clima de cautela antes da estreia, amanhã, das novas regras para o lançamento de ofertas públicas iniciais (IPOs) de ações.

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