quarta-feira, 7 de junho de 2017

Canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes fechado impacta na exportação de carne de aves de Santa Catarina

         A produção de carne de aves e suínos, principal produto de exportação de Santa Catarina, está entre os setores mais impactados pelo fechamento do canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes, que não operam normalmente desde o dia 18 de maio. Há contêineres de exportação com mais de uma semana de atraso na entrega.
          As cargas refrigeradas, perecíveis, estão sendo mantidas em armazéns e terminais retroportuários com tomadas eletrificadas, que aumentam o custo de armazenagem. Outra parte seguiu para outros portos, para apressar o escoamento.
          Ricardo de Gouvêa, diretor-executivo do Sindicarne, diz que o percentual de perdas depende de acordos comerciais específicos, que envolvem os seguros e cláusulas contratuais, por isso é difícil de ser calculado. Mas as duas alternativas logísticas impactam no custo final da exportação, e representam prejuízo.
          Na Portonave, em Navegantes, que responde pela maior movimentação portuária no Estado, 29 navios suspenderam a atracação até esta terça-feira. Mais de 17 mil contêineres com cargas diversas foram afetados pelo cancelamento de escalas _ 8 mil contêineres deixaram de embarcar, e outros 9,5 mil não foram descarregados no porto. 
          Embora ainda vejam vantagem logística na operação pelo Complexo Portuário do Itajaí-açu, os empresários da carne estão de olho nas medidas que serão tomadas para evitar novos entraves. Em março, o setor já teve perdas devido à greve dos transportadores de contêineres em Santa Catarina, seguida da crise decorrente da Operação Carne Fraca.
          A solução para o fechamento do acesso aos portos passa pelo controle da velocidade de escoamento do rio na foz. Os projetos existem e estão nos planos do Governo do Estado. Falta colocá-los em prática. 
          A praticagem de Itajaí e Navegantes deverá declarar ¿força maior¿, uma prerrogativa que permite que se abstenha de cumprir alguns acordos. Os práticos têm um mínimo de manobras a serem feitas por mês e comprovadas à Marinha. Em maio, no entanto, o número ficou abaixo do mínimo devido ao fechamento do canal.

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