quinta-feira, 8 de junho de 2017

Mineradora BHP Biliton quer usar navio robótico para transportar minério

         A BHP Billiton, a maior mineradora do mundo, está estudando o uso de navios gigantes e automatizados para o transporte de cargas como minério de ferro e carvão como parte de uma mudança estratégica que pode revolucionar a indústria global da navegação, de US$ 334 bilhões.
         "Navios autônomos seguros e eficientes transportando cargas da BHP, e movidos com gás da BHP, são nossa visão para o futuro do transporte de granéis secos", escreveu o vice-presidente de frete da BHP, Rashpal Bhatti, em postagem no website da empresa. A companhia, que é também uma das maiores afretadoras de granéis secos do mundo, busca parcerias para trabalhar em mudanças tecnológicas no setor, disse ele.
         A BHP, que afreta cerca de 1.500 viagens por ano para cerca de 250 milhões de toneladas de minério de ferro, cobre e carvão, quer empregar a tecnologia dentro de uma década, segundo Bhatti. Para as maiores mineradoras, a opção pelos navios sem tripulação geraria novas economias no mercado transoceânico de minério de ferro, de US$ 86 bilhões por ano, o que reflete a mudança para caminhões e trens autônomos que permite que um número menor de funcionários opere ou monitore diversos veículos remotamente.
         O emprego de navios não tripulados na viagem marítima de 10 dias da costa norte da Austrália para a China seria uma extensão lógica da tecnologia atualmente usada, por exemplo, em minas e portos e permite que as produtoras respondam rapidamente a demandas específicas de clientes, disse Emilie Ditton, diretora de pesquisa da IDC Energy Insights em Sidney, por telefone.
         "Nos últimos seis meses houve uma mudança realmente grande no desejo das mineradoras por buscar oportunidades de inovação", disse Ditton. "Há um reconhecimento muito maior de que existem oportunidades de inovação, de maneira geral."
         A Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês), agência da Organização das Nações Unidas em Londres que supervisiona o transporte marítimo global, trabalha atualmente na análise da regulação de navios de superfície autônomos, disse James Fanshawe, ex-alto oficial da Marinha Real Britânica e presidente do conselho do Maritime Autonomous Systems Regulatory Working Group, do Reino Unido, por telefone. Uma reunião do comitê de segurança marítima da IMO, que começa nesta quarta-feira, avaliará propostas para um estudo regulatório a respeito da "operação segura e ambientalmente correta" de navios autônomos, segundo o website da organização.
         A BHP tem a visão de que o mercado de fretes de granéis sólidos está próximo de sofrer reformas nos preços e na liquidez, de forma similar àquelas observadas nos mercados de commodities a granel na última década, disse Bhatti, na postagem de 30 de maio. A companhia reduziu os custos de frete e transporte em 16 por cento, para US$ 2,3 bilhões, no ano fiscal de 2016, segundo registros.
         Um projeto de três anos e 3,8 milhões de euros (US$ 4,3 milhões) financiado pela União Europeia desenvolveu uma proposta para um navio de granéis intercontinental e concluiu em 2015 que a tecnologia autônoma é viável e susceptível de ser adotada. A Administração de Segurança Marítima da China também está trabalhando no desenvolvimento de navios sem tripulação, segundo seu website.

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