sexta-feira, 23 de junho de 2017

Codesp vai apresentar opções de locais para queima de produtos tóxicos no complexo portuário santista

          A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, deve apresentar nesta sexta-feira (23), opções de locais para a queima dos produtos tóxicos – entre eles, fosfina – que estão em 115 cilindros encontrados em um armazém do cais. O prazo foi dado pelo Ministério Público de Guarujá, após a Prefeitura negar a incineração dessas cargas perigosas no município. 
         Há cerca de dois anos, técnicos da área de Meio Ambiente da Codesp descobriram os produtos perigosos em armazéns que ficam no Centro de Santos. A estimativa é de que a carga esteja no local há 20 anos. 
         Apesar de aparentarem bom estado, os cilindros com produtos tóxicos e explosivos perderam a garantia de controle de suas válvulas. Por isso, a necessidade de uma destinação adequada para o material.
O plano da Docas era queimar os cilindros na Base Aérea de Santos, no distrito de Vicente de Carvalho. O material seria retirado do Centro de Santos, carregado em uma embarcação e levado até a unidade da Aeronáutica, que fica às margens do canal de navegação. 
         No entanto, a Prefeitura de Guarujá é contra a queima no município por conta dos riscos que podem ser causados à população. Segundo a Codesp, se um dos cilindros apresentar vazamentos, existe a possibilidade de explosões e vazamentos de gases tóxicos. O problema ainda poderia ocasionar a evacuação de vários bairros da cidade. 
         Por isso, na última segunda-feira (19), o Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Condema) de Guarujá fez uma audiência pública para discutir o assunto e, diante dos riscos, rejeitou a queima ou o armazenamento desses produtos químicos.
         Mas, mesmo assim, de acordo com o secretário de Meio Ambiente de Guarujá, Sidnei Aranha, a Codesp não desistiu da ideia. Em reunião com o Ministério Público no Município, a estatal que administra o cais santista se comprometeu a encaminhar alternativas para o descarte dos produtos perigosos.
          “A coisa está mal conduzida. Se discute a recusa (de Guarujá) mas não a solução do problema, que está em Santos”, disse Aranha. “Guarujá se sensibiliza com o problema, mas ele não está no município”.
O secretário de Meio Ambiente de Guarujá destaca, ainda, a necessidade de apontar responsabilidades nesta questão. Isto porque os cilindros foram identificados há dois anos e, até agora, a população está exposta a riscos. Procurada, a Codesp não respondeu aos questionamentos.

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