quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Excesso de chuvas provoca aumento nas paralisações de operações em Paranaguá

 

          O volume de chuva registrado em janeiro deste ano, em Paranaguá, foi 356,4% maior que no mesmo mês de 2020. A água que, no tempo e na medida certa, favorece o desenvolvimento do campo, acaba provocando paralisações em parte das operações portuárias.

          Segundo o levantamento da Portos do Paraná, as paralisações somaram 12,6 dias (mais de 302 horas) no mês. O tempo é cerca de 82% maior que os 6,9 dias (pouco mais de 165 horas) registrados em janeiro do ano passado. Os números consideram o embarque de graneis como soja, milho e farelo.

          “Em portos do mundo todo, não é possível operar grãos com tempo úmido. A natureza da carga não permite e a qualquer sinal de chuva, os navios atracados paralisam as operações. Os porões só voltam a abrir quando o comandante do navio tem segurança de que a carga não será molhada e não corre o risco de estragar”, explica o diretor de Operações da empresa pública, Luiz Teixeira da Silva Junior.

          Não é apenas o embarque dos graneis sólidos que são impactados pela chuva, alguns desembarques de granéis importados também são paralisados. Dos fertilizantes, por exemplo, apenas a ureia opera com garoa.

          As operações que seguem mesmo debaixo de chuva são as dos contêineres, de veículos, de carga geral (com exceção de papéis e sacaria), sal e dos graneis líquidos (feita em tubulações e tanques fechados).

          Os usuários dos portos do Paraná não pagam pelo período que o navio fica atracado no cais, paralisado pela chuva. “Nos boletins diários dos navios, são anotados o tempo que a embarcação permaneceu parada devido ao mau tempo. No fechamento, são descontados esses períodos. O usuário não paga, apesar do atraso nas operações e na produtividade”, explica Teixeira.

          Ainda de acordo com o diretor, não existe, no mundo, uma alternativa para seguir com as operações portuárias, mesmo com chuva. O jeito, segundo ele, é ser mais produtivo e ainda mais eficiente para aproveitar os tempos operacionais e alcançar os resultados. “Com ou sem chuva, as cargas estão chegando. A gente segue com as operações, aqui no planejamento e na coordenação. Tem que seguir funcionando para não represar”, completa.

          O diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), André Maragliano, conta que a chuva impacta, mas os reflexos não são significativos nesse momento de entressafra, em que o embarque da soja ainda não é intenso.

          “Aproveitamos o período para finalizar a manutenções corretivas e preventivas para que tenhamos um ano com total disponibilidade dos equipamentos. Os embarques de soja devem começar a partir da segunda semana de fevereiro e durante o ano a chuva não tem um impacto tão grande.  Isso porque a estatística da chuva em Paranaguá não é diferente da chuva nos outros portos mais próximos, como São Francisco do Sul e de Santos”, completa o operador.

          Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), este ano, em janeiro, foram 563,2 milímetros de chuva registrada em Paranaguá. Nos 31 dias de janeiro, em 2020, foram 123 milímetros.

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