A safra de grãos 2018/2019
no Brasil deve terminar com uma produção recorde de 242,1 milhões de toneladas
de grãos. De acordo com estimativa divulgada nesta terça-feira, 10, pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento será de 6,4% em comparação com
a safra passada, impulsionado pelas culturas de algodão e milho. O recorde
anterior foi registrado no período 2016/2017, de 237,6 milhões.
No caso do algodão, a pesquisa realizada pela Conab revelou um crescimento de
35,9% na produção, com volume estimado de 4,1 milhões de toneladas do caroço e
2,7 milhões de t do algodão em pluma. Entre os motivos estão a taxa de câmbio,
a evolução dos preços e outros fatores, que levaram os produtores a expandir a
área plantada, principalmente nos estados da Bahia e Mato Grosso. Com isso, a
previsão de exportação da pluma também deverá superar a do ano passado em mais
de 50%, alcançando pela primeira vez a marca de 1,5 milhão de toneladas.
Já com relação ao milho, a safra total chega a quase 100 milhões de toneladas.
Houve aumento na segunda safra, com crescimento de 36,9% e previsão de produção
recorde de 73,8 milhões de t, e queda na primeira safra, com 26,2 milhões de t,
2,3% menor que a anterior. No quadro de oferta e demanda da Conab, o produto
mostra ainda uma expectativa de exportação recorde, de quase 35 milhões de
toneladas.
O feijão apresentou bons resultados apenas na segunda e terceira safras, com
aumento de 6,3% e 21,2% respectivamente. Mas não foi suficiente para garantir
aumento no número total, que fechou 3% abaixo do ano anterior, com cerca de 3
milhões de toneladas nas três safras. Já no caso do arroz, a produção de 10,4
milhões de toneladas é 13,4% menor que a obtida em 2017/18, devido à redução de
área e produtividade ocorridas nos principais estados produtores.
A soja também sofreu redução de 3,6% na produção, atingindo 115 milhões de t.
Houve, contudo, o crescimento na área de plantio em 2,1%. Com o fim da colheita
próximo (restam apenas algumas áreas na Região Norte e Nordeste), e mesmo com o
decréscimo no percentual, esta consolida-se como a segunda maior produção de
soja na série histórica da Conab.
Segundo o secretário substituto de Política Agrícola, Wilson Vaz, esses
resultados vão beneficiar a comercialização dos produtos e influenciar de forma
positiva a safra 2019/2020: “Pegamos também o acompanhamento do desempenho de crédito rural nesses dois
primeiros meses da safra e eles são bons, em linha com o que a ministra
estabeleceu como prioridade: prioridade aos pequenos e médios produtores e
investimentos em infraestrutura produtiva. Tudo isso se confirmou nesses
primeiros dois meses com aumento substancial no crédito para o médio produtor
rural de 28%, 14% para o pequeno produtor”, diz.
A produção de trigo está estimada em 5,4 milhões de t, com uma área de 2
milhões de hectares, 0,2% maior que em 2018. As demais culturas de inverno
(aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam um leve aumento na área
cultivada, passando de 546,5 mil ha na safra passada, para 564,8 mil ha.
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