quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Presidente da Codesp defende em seminário a modernização e automação do Porto de Santos

          O I Congresso de Direito Marítimo Portuário iniciou nesta terça-feira (24), em Santos, no auditório da Associação Comercial de Santos. O destaque na abertura foi o painel "Perspectivas do setor portuário e o posicionamento do Porto de Santos na logística nacional", com palestra do presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio de Carvalho.
          O representante da Autoridade Portuária defendeu a modernização do Porto de Santos e que haja essa proatividade por parte daqueles envolvidos na comunidade portuária. "Porto não pode ser mais o do saco de açúcar em cima do ombro. Você vai em outros portos no mundo e não tem uma pessoa no cais, é tudo automatizado. Mas essa mão de obra está em algum lugar fazendo isso aí. Não há uma pessoa no costado, mas existem 500 engenheiros num prédio fazendo a programação", comentou Carvalho.
          "Temos que fazer isso porque, se não for Santos, algum outro porto na costa brasileira vai assumir essa responsabilidade", emendou. O presidente da Codesp citou, por exemplo, a universalização da tecnologia em contêiner. "Adotamos isso, no primeiro ponto, para combater o tráfico de drogas. Somos os maiores exportadores de cocaína do mundo. Mas a ideia é monitorar a carga em toda a cadeia de negócio. Você entrega ao cliente outro serviço, que é o monitoramento", disse o Casemiro Tércio.
          Segundo ele, as conversas com os terminais tem avançado no sentido desta universalização. O presidente da Codesp defendeu que haja maior agilidade nesta busca pela modernização. De acordo com ele, o "porto 4.0 está virando 5.0 e a gente nem desenvolveu o 3.0". "Por que a gente continua cadastrando trabalhador portuário em Santos prometendo novos postos de trabalho?", questionou, relembrando que a Prefeitura de Santos e a Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA) estão promovendo hackathons para desenvolvimento de novas tecnologias.
          "A ideia é pegar essa molecada que está saindo da faculdade, com sangue nos olhos, e buscar soluções para o Porto. Estamos trocando a operação clássica pela modernidade. Os melhores programadores estão no Brasil. Empatamos com os indianos. Exportamos cérebro. O problema é que não conseguimos capturar e deixar ele no Brasil”, emendou. Casemiro Tércio também adiantou alguns pontos. Segundo ele, o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos deve ficar pronto no mês de outubro.
          O chefe da Autoridade Portuária destacou que outros lugares do mundo já discutem navios de 400 metros de comprimento. Mas, em Santos, ainda se fala em 366 metros. "Já era para aumentar esse comprimento. Estamos fazendo estudos para, no que vem, propor o alargamento do canal no máximo possível, e aprofundamento do calado para, pelo menos, 17 metros", comentou.
          De acordo com Carvalho, a Codesp tem "apertado o cinto no último buraco, com a revisão de contratos e das tarifas pagas no Porto de Santos. "A Transpetro, por exemplo, paga R$ 28 milhões e, na nossa conta, deveria pagar em torno de R$ 400 milhões. Vamos levar isso ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP) porque nunca foi feito uma conta de fato", disse.
          "O que é utilizado por um navio no canal? A profundidade, a largura e planos de contigência. Tenho cobrado a segurança na operação do canal. Quem pagaria mais? O maior navio. O que um portêiner paga é muito pouco em comparação a um graneleiro", concluiu.


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