quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Ministra diz que Brasil pode diversificar exportações para o Oriente Médio

          A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira (25) que a missão ao Oriente Médio mostrou que o Brasil precisa diversificar a pauta exportadora. "Nos quatro países árabes que visitou – Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, há mercado para o Brasil vender produtos com valor agregado", destacou, citando como exemplo o Kuwait onde a população consome produtos mais caros, por ter uma renda per capita média de US$ 40 mil.
          De acordo com Cristina, 70% da carne de ave consumida nesses países são provenientes do Brasil. Ele entende que gora, os produtores nacionais precisam levar itens diferenciados para a mesa dos árabes, como cortes especiais de carnes. “O Brasil vai ter que começar a pensar a exportar não só commodities, mas agregar valor”, explicou, ao fazer um balanço da missão durante entrevista à imprensa em Bonito (MS), onde conduz a 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics. “Temos que acompanhar as tendências que o mundo quer, o que os consumidores querem”, ressaltou.
           Durante a viagem ao Oriente Médio, entre os dias 11 e 23 de setembro, governos da região anunciaram a abertura de mercado para produtos do Brasil. O Egito, para a importação de lácteos brasileiros, a Arábia Saudita, a compra de castanhas, derivados de ovos e ampliação do acesso a frutas e o Kuwait liberou a entrada de mel.
           Segundo a ministra, os países demonstraram interesse em investir no agro brasileiro e em obras de logística, como rodovias e ferrovias. Outro pedido foi a realização de parcerias com a Embrapa para intercâmbio de experiências tecnológicas. Uma delas prevê o envio de 10 mil cabras para o Egito, medida que pode beneficiar o Nordeste brasileiro, onde há um centro avançado de pesquisas sobre caprinos e ovinos, localizado em Sobral (CE).
          A ministra salientou que a Carta de Bonito, declaração final da reunião dos ministros da Agricultura do grupo, que termina nesta quinta-feira (26), refletirá “as políticas globais com cinco países que irão trabalhar em conjunto”. Cristina voltou a criticar o protecionismo adotado pelos países ricos, como a imposição de altas tarifas e barreiras sanitárias e comerciais. “São ferramentas usadas pelos os países que estão acostumados a ter esse mercados e ficam incomodados com o protagonismo, principalmente do Brasil, na agropecuária. Essa é a crítica para que se melhore esse ambiente, pois o mundo precisa de muitos alimentos”, acusou.

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