A indústria brasileira de máquinas e equipamentos cresceu 9,9% em
agosto, mas recuou 2% na comparação com o mesmo mês do ano anterior,
totalizando R$ 7,554 bilhões de receita líquida total. Os dados foram
divulgados nesta terça-feira (24) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas
e Equipamentos (Abimaq), que reúne as indústrias do setor.
O crescimento acumulado no ano foi de apenas 1,1%. De acordo com a
instituição, em 2019 a redução das vendas é decorrente da desaceleração
das atividades no mercado internacional, já no mercado doméstico as
vendas de máquinas cresceram 5,9%.
"A notícia boa é que estamos crescendo o consumo no mercado interno
5,9%, mas a notícia ruim é que esse crescimento é muito pequeno e também
foi anulado pela queda das exportações", disse o presidente executivo
da Abimaq, José Velloso.
A balança comercial do setor teve saldo negativo de US$ 1,248 bilhão
em agosto. As exportações tiveram retração de 2,6% com relação ao mês
anterior e 15,7% com relação ao mesmo mês de 2018. Com isso, o acumulado
no ano voltou a piorar e chegou a uma queda de 5,1%.
As importações cresceram em agosto 23,7% em relação a julho e 59,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Abimaq, o crescimento foi reflexo das importações de
componentes para geração de energia e válvulas, tubulações e
equipamentos de sondagem para o setor de exploração de óleo e gás,
especialmente a aquisição feita nos Estados Unidos de uma sonda para
perfuração de petróleo, no valor de US$ 590 milhões.
O consumo aparente registrou forte crescimento no mês de agosto em
relação a julho, de 26%, e quando comparado com agosto de 2018 foi de
40%. Este desempenho se deu, principalmente, pela aquisição de máquinas de
sondagem de petróleo, que, se desconsiderada, gera um crescimento de
apenas 1,2% em relação a julho e de 12,4% em relação a agosto de 2018.
Na visão da Abimaq, os dados registrados até o mês de agosto são
reflexo da fraca atividade econômica observada neste ano e indicam que
as expectativas de crescimento, ao redor de 5%, não se confirmarão. A
entidade revisou a expectativa e o crescimento deve ficar na ordem de 1%
em 2019.
"Todo mundo gostaria que o país reagisse mais rapidamente, mas o país
não está parado, as reformas estão sendo feitas, estão sendo
trabalhadas, muitas discussões, existem várias agendas no Brasil. O ano
de 2019 não será o ano da arrancada, como também não será 2020,
precisamos trabalhar os alicerces para gente ter certeza que teremos uma
economia com capacidade de crescimento para o futuro", disse Velloso.
O balanço divulgado demonstra pequeno crescimento do emprego,
com 0,1% em agosto e de 3,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Até
o mês passado foram criados 8 mil postos de trabalho. Atualmente, o
setor emprega 308.944 pessoas.
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