terça-feira, 22 de março de 2022

Transporte marítimo deverá enfrentar desafios ligados a mudanças tecnológicas, descarbonização e aumento de fretes


A Covid-19 e o aumento da procura, entre outros fatores, levaram à falta de capacidade de transporte, pelo que os fretes continuam a subir, e vão continuar a subir, alerta o doutor em Economia Jan Hoffmann, chefe do a Divisão de Logística Comercial da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), e que participou do último colóquio do Propeller Club em Algeciras, informou Europa Sur.

Em detalhes, Hoffman destaca três desafios enfrentados pelo transporte. A primeira é a perturbação provocada pela pandemia de Covid-19 em muitos portos, a que se soma o crescimento da procura. Mas também o facto de no atual ciclo marítimo terem sido construídos poucos navios novos, que também têm capacidade crescente. Ou a redução progressiva do número de empresas do setor e, portanto, com menor concorrência.

Também será necessário agregar o processo de descarbonização do transporte marítimo que está sendo promovido por organismos internacionais, destaca Hoffmann, “para o qual os navios terão que navegar mais lentamente e, portanto, precisaremos de uma quantidade maior”. E um último fator seria a invasão da Ucrânia, que provocou um novo aumento no aluguel de contêineres.

A falta destes já está causando um efeito mensurável na economia mundial: segundo cálculos feitos pela UNCATD, uma média de 1,5% da inflação global vem do aumento dos preços dos fretes, sendo os pequenos estados insulares em desenvolvimento os mais afetados (7,5%).

Este é um dos desafios que o representante do órgão da ONU destaca no futuro próximo do transporte marítimo. Outra será enfrentar as mudanças tecnológicas, com um plano de ação elaborado pela UNCTAD para facilitar o comércio em tempos de pandemia e ao mesmo tempo proteger a população da Covid-19.

 

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