sexta-feira, 4 de março de 2022

Presidente dos Estados Unidos reforça vigilância e pressão sobre as alianças de armadores

O presidente norte-americano Joe Biden afirmou que os EUA precisam se posicionar para vencer a competição econômica do século 21, particularmente contra a China, enquanto anuncia uma repressão às maiores linhas de navegação do mundo por "sobrecarregar empresas e consumidores americanos". As declarações foram feitas durante o tradicional discurso sobre o Estado da União no Congresso. Ocasião em que, além disso, atribuiu o aumento da inflação em parte a empresas que atuam em mercados sem concorrência.

"Vemos o que acontece com as companhias de navegação que transportam mercadorias para dentro e para fora dos EUA", disse ele. “Durante a pandemia, essas empresas estrangeiras aumentaram as taxas em até 1.000% e obtiveram lucros recordes”.

De acordo com a Bloomberg, o problema para o governo dos EUA são as três grandes alianças marítimas, nas quais concorrentes baseados na Ásia e na Europa compartilham a capacidade de navios nas principais rotas comerciais com imunidade às leis antitruste.

Aproximadamente 80% de toda a capacidade global de transporte marítimo - e 95% do comércio leste-oeste - é controlado por três alianças (2M, Ocean Alliance e THE Alliance) que permitem que as companhias de navegação coordenem tarifas e horários de navegação, chegadas e volumes de carga.

Segundo o Business Insider, essa consolidação passou despercebida até que a pandemia alterou completamente a cadeia de suprimentos global. As linhas de navegação responderam ao aumento da demanda e redução da oferta aumentando as taxas de envio entre a Ásia e os EUA em mais de 1.000%. De fato, as margens de lucro das companhias de navegação, que subiram para 56% no terceiro trimestre de 2021, em comparação com 3,7% em 2019.

Quando o frete sobe, os preços dos bens de consumo também, e a Casa Branca estima que o transporte marítimo acrescentará um ponto percentual à inflação no próximo ano, sendo esse justamente o item mais importante a ser controlado pelo governo Biden.

Por outro lado, não são apenas os consumidores que têm de pagar mais: os exportadores queixam-se de que as companhias marítimas não transportam os produtos agrícolas norte-americanos para o mercado externo, porque lhes é mais rentável enviar contentores vazios para a Ásia, onde os recarregam. .

 

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